
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos propõem uma nova abordagem para compreender as estrelas que surgiram no início do universo, utilizando sinais de rádio do que é conhecido como a “Aurora Cósmica”, um período crucial que se seguiu ao Big Bang, cerca de 100 milhões de anos depois.
Detalhes da missão
A missão, liderada pela equipe do projeto REACH (Radio Experiment for the Analysis of Cosmic Hydrogen), concentra-se na detecção do sinal de 21 centímetros, originado pela interação do hidrogênio primordial com a radiação das primeiras estrelas. Este sinal, que foi, até agora, obscurecido por uma densa neblina cósmica, pode fornecer informações vitais sobre a massa e a luminosidade dessas estrelas, identificadas como “População III” ou Pop III.
Tecnologia e objetivos
O projeto REACH está equipado com uma antena de rádio que analisa o sutil brilho do sinal de 21 centímetros. Em colaboração com o Square Kilometre Array (SKA), uma extensa rede de antenas em construção na Austrália e na África do Sul, o objetivo é entender melhor não só a distribuição das primeiras estrelas, mas também a dinâmica de sistemas estrela como os binários de raios X que surgem após a morte das primeiras estrelas. Como ressaltou Fialkov:
“Esta é uma oportunidade única para aprender como a primeira luz do universo emergiu da escuridão.”
(“This is a unique opportunity to learn how the universe’s first light emerged from the darkness.”)— Anastasia Fialkov, Pesquisadora, Universidade de Cambridge
Próximos passos
Atualmente em fase de calibração, o REACH deve começar a fornecer dados mais concretos sobre as estrelas do universo primitivo em colaboração com o SKA. Fialkov e sua equipe desenvolveram um modelo preditivo para as observações do sinal de 21 centímetros, revelando que as massas estelares influenciam diretamente o sinal. “Estamos os primeiros a modelar a dependência do sinal de 21 centímetros em relação às massas das estrelas primordiais”, afirmou Fialkov. As previsões resultantes podem oferecer novas percepções sobre como se formaram e viveram as primeiras estrelas do universo.
O projeto REACH e suas colaborações têm implicações profundas para a astrofísica, oferecendo uma nova perspectiva sobre campos ainda inexplorados da formação estelar e da evolução galáctica. Essa pesquisa, publicada na revista Nature Astronomy, promete não apenas expandir nosso conhecimento sobre a evolução estelar, mas também aprofundar nossa compreensão sobre a origem do universo.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)