
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos utilizaram o Telescópio Espacial James Webb (JWST) para identificar um sistema planetário orbitando uma estrela jovem a 300 anos-luz da Terra, que possui dois exoplanetas, YSES-1 b e YSES-1 c, ricos em material de sílica.
Detalhes da missão
Com apenas 16,7 milhões de anos, a estrela em questão fornece um ambiente em que os processos de formação planetária podem ser estudados em tempo real. O exoplaneta YSES-1 c, com massa aproximada de 14 vezes a de Júpiter, exibe uma atmosfera com nuvens de sílica, que produzem chuvas de areia. O YSES-1 b, ainda em formação, é cercado por um disco circumplanetário que o abastece com materiais, incluindo silicatados, e já possui uma massa de seis vezes a de Júpiter. A observação direta de nuvens de sílica marca um feito inédito na astronomia, além de ser a primeira vez que silícios são identificados em um disco circumplanetário.
Tecnologia e objetivos
O JWST é um instrumento poderoso que permite a observação de espectros atmosféricos de exoplanetas a grandes distâncias. Por meio dessa tecnologia, os cientistas visam entender melhor como a composição das nuvens em planetas jovens influencia a química atmosférica. A equipe de pesquisa enfatiza a relevância de estudar “nuvens de sílica, que são essencialmente nuvens de areia, nas atmosferas de exoplanetas, pois isso nos ajuda a entender como os processos atmosféricos funcionam e como os planetas se formam”, disse Valentina D’Orazi do Instituto Nacional de Astrofísica (INAF).
A descoberta dessas nuvens de areia, que permanecem suspensas graças a um ciclo de sublimação e condensação semelhante ao da água na Terra, revela mecanismos complexos de transporte e formação na atmosfera.
(“The discovery of these sand clouds, which remain aloft thanks to a cycle of sublimation and condensation similar to that of water on Earth, reveals complex mechanisms of transport and formation in the atmosphere.”)— Valentina D’Orazi, Pesquisadora, INAF
Próximos passos
A análise das atmosferas e ambientes circumplanetários dos exoplanetas YSES-1 b e YSES-1 c permitirá avanços significativos na compreensão da formação planetária. Os dados obtidos irão apoiar novas investigações sobre a composição química das atmosferas de planetas fora do sistema solar, com a expectativa de revelar detalhes cruciais sobre a evolução planetária. “Ao estudar esses planetas, podemos entender melhor como os planetas se formam em geral, um pouco como espiar o passado do nosso sistema solar”, complementa D’Orazi.
A exploração contínua desses planetas não só amplia nosso conhecimento sobre a formação planetária em sistemas diferentes do nosso, como também destaca a necessidade de modelos atmosféricos detalhados para interpretar os dados obtidos por telescópios como o JWST.
Esta pesquisa marca um passo importante para a astronomia moderna e ressalta o impacto do JWST no avanço da exploração espacial e na ampliação do conhecimento humano.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)