
São Paulo — InkDesign News — A crescente presença de robôs humanoides em ambientes industriais levanta questões sobre interações seguras e eficazes entre humanos e máquinas, destacando a importância de diretrizes claras para o uso de inteligência artificial na robótica.
Contexto da pesquisa
O interesse na interação humano-robô tem crescido à medida que os robôs humanoides estão se deslocando de aplicações industriais para contextos mais sensíveis, como hospitais e lares de idosos. Estudos anteriores já apontaram para a necessidade de um entendimento melhor sobre as expectativas humanas em relação a esses robôs. Greta Hilburn, designer centrada no usuário da Universidade de Aquisição de Defesa dos EUA, realizou pesquisas para entender como as pessoas percebem e interagem com robôs que se assemelham a humanos. O relatório do IEEE ressalta que a avaliação da segurança emocional é crucial, especialmente quando esses robôs estão em contato com populações vulneráveis.
Método e resultados
Hilburn conduziu levantamentos com não engenheiros para captar as expectativas em relação a robôs humanoides. Os resultados indicaram que muitos desejam robôs capazes de expressar emoções, interpretar micro-expressões e se comunicar através de gestos e voz. O desafio é que muitos dessas funções ainda não foram plenamente desenvolvidas ou incorporadas na robótica atual. Prather afirma que, ao projetar robôs, é fundamental alinhar a aparência do robô com suas capacidades reais. A falta dessa concordância pode levar à frustração e à desconfiança dos usuários.
“Se um robô parece humano, as pessoas vão esperar que ele consiga manter uma conversa e demonstrar inteligência emocional; se na realidade ele só pode realizar tarefas mecânicas básicas, isso pode causar confusão, frustração e perda de confiança.”
(“If a robot looks human, people will expect it to be able to hold a conversation and exhibit some emotional intelligence; if it can actually only do basic mechanical tasks, this could cause confusion, frustration, and a loss of trust.”)— Prather, Pesquisador
Implicações e próximos passos
A transição dos robôs humanoides para ambientes como lares de idosos ou hospitais exige considerações éticas mais amplas. Hilburn destaca que a forma como um robô se comunica pode impactar a segurança emocional de grupos vulneráveis, sugerindo que as diretrizes devem prioriizar a clareza e a facilidade de interação. As recomendações do IEEE incluem a possibilidade de um “override” humano e a padronização de sinais visuais e auditivos.
“O dano que pode ser causado em uma interação com um robô que não está programado para falar de maneira a fazer um humano sentir-se seguro pode ter resultados diferentes, seja com uma criança ou um adulto mais velho.”
(“The damage that can be done within an interaction with a robot if it’s not programmed to speak in a way to make a human feel safe, whether it be a child or an older adult, could certainly have different types of outcomes.”)— Hilburn, Designer Centrada no Usuário
À medida que o setor continua a evoluir, a definição de padrões claros será essencial para garantir a confiança do usuário e facilitar a adoção global de tecnologias robóticas.
Fonte: (MIT Technology Review – Artificial Intelligence)