
São Paulo — InkDesign News — Cientistas revelaram novas informações sobre o comportamento peculiar da atmosfera de Titã, a maior lua de Saturno. Pesquisas recentes, publicadas em 20 de maio, indicam que a atmosfera de Titã apresenta um “tremor” que não se alinha com a rotação da superfície, desafiando teorias pré-existentes sobre seus padrões atmosféricos.
Detalhes da missão
Entre 2004 e 2017, a missão Cassini da NASA realizou um estudo detalhado de Titã, coletando dados valiosos sobre sua atmosfera e superfície. A sonda foi projetada para orbitar Saturno e seus sistemas, analisando especialmente a estrutura atmosférica da lua, composta predominantemente de nitrogênio e moléculas orgânicas complexas.
Tecnologia e objetivos
Os dados do instrumentação da Cassini mostraram que a atmosfera de Titã não acompanha a rotação da superfície, resultando em um comportamento similar a um pião. A nova pesquisa sugere que um evento passado pode ter desviado a atmosfera de seu eixo de rotação, causando o tremor. “O comportamento do inclinação atmosférica de Titã é muito estranho”, afirmou Lucy Wright, autora principal do estudo e pesquisadora de pós-doutorado na School of Earth Sciences da Universidade de Bristol, no Reino Unido.
Acreditamos que algum evento no passado pode ter deslocado a atmosfera do seu eixo de rotação, causando esse tremor.
(“We think some event in the past may have knocked the atmosphere off its spin axis, causing it to wobble.”)— Lucy Wright, Pesquisadora, Universidade de Bristol
Os cientistas esperavam que a direção do tremor fosse influenciada pela gravidade de Saturno ou pela posição do sol, características comumente observadas em sistemas planetários. No entanto, observações revelaram que a direção do tremor permanece fixa, levantando questões sobre a presença de um processo desconhecido que influencia este fenômeno.
Próximos passos
A nova compreensão do deslocamento atmosférico de Titã é crucial para a missão Dragonfly da NASA, prevista para a década de 2030. Essa missão planeja enviar um helicóptero que poderá analisar mais profundamente as condições da atmosfera. Para otimizar o planejamento da descida e pouso do Dragonfly, é essencial entender as mudanças na atmosfera com as estações. “Nosso trabalho mostra que ainda há descobertas notáveis para serem feitas no arquivo da Cassini”, disse Conor Nixon, coautor do estudo e cientista planetário no Goddard Space Flight Center da NASA.
O fato de a atmosfera de Titã se comportar como um pião desconectado de sua superfície levanta questões fascinantes — não apenas para Titã, mas para a compreensão da física atmosférica de forma mais ampla, incluindo na Terra.
(“The fact that Titan’s atmosphere behaves like a spinning top disconnected from its surface raises fascinating questions — not just for Titan, but for understanding atmospheric physics more broadly, including on Earth.”)— Conor Nixon, Cientista Planetário, NASA
A pesquisa em andamento sobre a atmosfera de Titã não apenas amplia nosso entendimento sobre esse objeto astronômico, mas também contribui para o avanço das ciências planetárias e da exploração espacial.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)