
São Paulo — InkDesign News — As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta em diferentes vértices na quinta-feira (15), influenciadas por especulações sobre possíveis medidas fiscais do governo que podem impactar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026, ano eleitoral, e afetar as contas públicas.
Panorama econômico
No contexto nacional, o Brasil observa um ambiente econômico complexo, marcado por flutuações nos ativos financeiros em meio a boatos de um pacote de medidas fiscais pelo governo. Apesar da negativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a existência de um pacote mais amplo, os dados do varejo indicam resiliência na economia. A análise da situação fiscal é crucial, pois, segundo Haddad, as únicas propostas em discussão referem-se ao cumprimento da meta fiscal e não a novos gastos.
Indicadores e análises
A taxa do DI para janeiro de 2026, um dos mais líquidos no curto prazo, estava em 14,805%, em leve alta em relação ao ajuste anterior de 14,811%. A taxa para janeiro de 2029 subiu para 13,715%, atingindo aumento de 6 pontos-base. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram um crescimento de 0,8% nas vendas do varejo em março, embora a expectativa era de 1,0%. A analista Laís Costa, da Empiricus Research, observa que esses dados poderão levar a revisões de alta nas projeções do Produto Interno Bruto (PIB).
“Com o varejo de hoje, os economistas têm agora todos os insumos para chegar a uma projeção final de PIB no primeiro trimestre. E deu para ver claramente uma revisão de alta para este PIB”
(“With today’s retail data, economists now have all the inputs to arrive at a final GDP projection for the first quarter. And it clearly shows an upward revision for this GDP”)— Laís Costa, Analista, Empiricus Research
Impactos e previsões
A percepção de um crescimento econômico robusto, apesar das pressões inflacionárias, tem sustentado as taxas dos DIs. O ministro Haddad, ao desmentir boatos sobre maior flexibilização fiscal, afirmou que “as únicas medidas que estão sendo preparadas para levar ao conhecimento do presidente são medidas pontuais para o cumprimento da meta fiscal” (as only measures being prepared to present to the president are specific measures for compliance with the fiscal target). Todavia, mesmo com a negativa, os ativos financeiros continuaram reagindo às especulações sobre a política fiscal. Especialistas acreditam que um possível aumento no valor do Bolsa Família poderá influenciar o consumo e, consequentemente, a inflação, elevando as expectativas de juros no curto prazo.
À medida que o cenário evolui, a probabilidade de manutenção da taxa Selic em junho está avaliada em 57%, enquanto 43% do mercado prevê uma elevação. Os próximos dias serão cruciais para gauchar discernimentos mais claros sobre o impulso econômico e as direções a serem tomadas pelo governo.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)