
Brasília — InkDesign News — O número de óbitos na população Yanomami apresentou redução de 21% entre 2023 e 2024, conforme dados do Ministério da Saúde divulgados em 5 de maio de 2025. A melhoria está associada ao aumento expressivo de profissionais de saúde e medidas de fortalecimento da infraestrutura na região indígena.
Contexto e objetivos
O território Yanomami enfrenta historicamente desafios relacionados à saúde pública, incluindo altas taxas de mortalidade decorrentes de doenças infecciosas e desnutrição. A emergência em saúde pública declarada no território visou mitigar óbitos evitáveis e promover condições sanitárias adequadas para uma população vulnerável ao impacto de infecções respiratórias agudas, malária e desnutrição. O programa governamental teve como foco o fortalecimento da assistência à saúde e a reabertura dos polos base para facilitar o atendimento direto às comunidades indígenas.
Metodologia e resultados
Segundo o Informe 7 do Centro de Operações de Emergências (COE), o número de profissionais de saúde na região Yanomami saltou de 690 para 1.781 entre 2023 e 2024, um aumento de 158%. Essa ampliação acompanhou uma queda expressiva nos óbitos, que passaram de 428 em 2023 para 337 em 2024. Os óbitos evitáveis diminuíram 26%, de 179 para 132, enquanto os não evitáveis caíram 17,7%, de 249 para 205.
As mortes por infecções respiratórias agudas declinaram 47%, as decorrentes de malária diminuíram 42% e as relacionadas à desnutrição reduziram 20%. A desnutrição grave em crianças menores de cinco anos também apresentou melhora, com redução de 24,2% para 19,2%, embora o número de crianças com baixo peso tenha tido ligeiro aumento, indicando melhora no estado nutricional geral.
O programa de vacinação mostrou avanços significativos, com aumento de 65% nas doses aplicadas das vacinas de rotina recomendadas, passando de 32.352 em 2023 para 53.477 em 2024. A reabertura integral dos sete polos base até abril de 2024 permitiu acesso à saúde para 5.224 indígenas, restaurando a presença de equipes em locais anteriormente inacessíveis devido a problemas de segurança.
“A ação conjunta de todo o governo federal garantiu o combate necessário e permitiu que os profissionais de saúde pudessem entrar em aldeias e cuidar da população. Mais que dobrou o número de profissionais de saúde dentro do território”
— Alexandre Padilha, Ministro da Saúde
Implicações para a saúde pública
O aumento qualificado da presença e atuação dos profissionais de saúde no território Yanomami, aliado ao investimento em infraestrutura e qualificação do atendimento, resultou em mudanças epidemiológicas positivas e redução dos índices de mortalidade. A melhora no estado nutricional das crianças representa um avanço gradual, dado que “a recuperação nutricional em crianças é um processo mais lento e complexo, principalmente nos casos mais graves, podendo levar anos até a normalização do peso e o fortalecimento do sistema imunológico”, avalia Weibe Tapeba, secretário de Saúde Indígena.
“A recuperação nutricional em crianças é um processo mais lento e complexo, principalmente nos casos mais graves, podendo levar anos até a normalização do peso e o fortalecimento do sistema imunológico”
— Weibe Tapeba, Secretário de Saúde Indígena
Essas intervenções são essenciais para garantir sustentabilidade nos avanços, exigindo continuidade e expansão das estratégias de saúde pública no território. A recuperação e manutenção das unidades assistenciais contribuem para o monitoramento constante das condições de saúde indígena e para a mitigação de riscos relacionados a práticas como o garimpo ilegal.
O fortalecimento das políticas públicas de saúde no território Yanomami, assim como o incremento da vacinação e o combate às causas preveníveis de mortalidade, são passos imprescindíveis para a promoção da equidade e melhoria da qualidade de vida dessa população.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)