Xprize Carbon premia tecnologia simples de remoção de carbono zero

Berlim — InkDesign News —
A sustentabilidade ganha reforço com a vencedora do prêmio Xprize para remoção de carbono, que premiou a empresa Mati Carbon, cuja tecnologia de meteorização acelerada de rochas promete sequestrar CO₂ do ar de forma eficiente e econômica.
Tecnologia renovável
A tecnologia de meteorização acelerada de rochas da Mati Carbon consiste em triturar rochas basálticas que reagem naturalmente com o dióxido de carbono, formando minerais estáveis que armazenam carbono por milhares de anos. O pó dessas rochas é aplicado em campos agrícolas, onde contribui tanto para a absorção de carbono quanto para a melhoria do solo com micronutrientes.
O basalto, rocha vulcânica utilizada pela Mati, está amplamente disponível em diversas regiões, inclusive como resíduo da construção civil, o que reduz custos e desperdícios.
Redução de CO₂
Mati espera gerar entre 5.000 e 6.000 toneladas métricas de créditos de remoção de carbono já em 2025, com metas de reduzir o custo desses créditos para menos de 100 dólares por tonelada no início dos anos 2030, e depois atingir entre 70 e 80 dólares por tonelada.
“Estamos honrados em ser selecionados entre os luminares da remoção de carbono que competiram por este prêmio.”
(“It’s really been an honor to be selected amongst the luminaries of carbon removal who have been competing for this prize.”)— Shantanu Agarwal, Fundador e CEO, Mati Carbon
O sistema de validação de créditos inclui amostras do solo em uma proporção de oito para cada três acres, modelo que tende a se tornar mais eficiente à medida que os dados e a precisão dos modelos aumentam.
Casos de uso
A aplicação da tecnologia alcança potencial para impactar cerca de 200 milhões de pequenos agricultores, responsáveis por áreas menores que 24 acres e que sustentam cerca de um bilhão de pessoas, especialmente em regiões do Sul Global, como África e Índia.
“São cerca de 800 a 900 milhões de acres de terras agricultáveis; ao implantar essa remoção de carbono, podemos superar uma gigatonelada removida anualmente, ao mesmo tempo em que aumentamos a renda desses agricultores que vivem em extrema pobreza.”
(“It’s about 800 million to 900 million acres of farmland. You deploy that into carbon removal, you get more than a gigaton of removal every year while increasing income of these farmers who are extremely poor.”)— Shantanu Agarwal, Fundador e CEO, Mati Carbon
A melhoria da produtividade dos solos chega a 25% em terras fertilizadas e até 70% em solos degradados, além da melhor retenção hídrica, aspecto fundamental em regiões afetadas por secas severas, como observado pela empresa em Zâmbia.
“Este material faz a diferença entre ter uma colheita e não ter nada; vimos isso na Zâmbia, quando metade da plantação tratada resistiu à seca, enquanto a outra metade não produziu.”
(“This material is the difference between having a crop and having no crop. We’ve seen that in Zambia this year. There were farmers who put this in half of the field — and half of the field was like normal — and there was no crop normal half because everything died because there was a drought.”)— Shantanu Agarwal, Fundador e CEO, Mati Carbon
A Mati oferece a aplicação do basalto gratuitamente aos agricultores, financiando os custos com subsídios e vendas de créditos de carbono, além de planejar licenças gratuitas de sua plataforma de gestão para organizações que compartilhem pelo menos 50% dos lucros com os agricultores atendidos.
Com atuação em países como Zâmbia, Índia e Tanzânia, a expectativa é expandir ainda mais no Sul Global, posicionando-se como uma solução escalável para impactos ambientais e sociais.
Registrada como empresa de benefício público e controlada por uma ONG, a Mati busca criar um mercado que favoreça diretamente os agricultores, ampliando a eficácia da remoção de carbono com benefícios socioeconômicos.
O prêmio Xprize, financiado pela Musk Foundation, impulsiona essa iniciativa que alia sustentabilidade ambiental e desenvolvimento agrícola.
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Fonte: (TechCrunch – Climate / GreenTech)