Webb revela nova descoberta sobre evolução de galáxias em disco

São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores descobriram mecanismos que explicam a formação de discos duplos em galáxias hoje conhecidas. A pesquisa utilizou dados do telescópio James Webb e revelou detalhes sobre estruturas galácticas que datam de até 11 bilhões de anos atrás.
Contexto da descoberta
Galáxias em disco contemporâneas frequentemente apresentam uma estrutura composta por um disco externo espesso e um disco interno delgado. No caso da Via Láctea, o disco espesso chega a aproximadamente 3.000 anos-luz de altura enquanto o disco fino tem cerca de 1.000 anos-luz de espessura. Entretanto, a origem e a evolução dessas estruturas permanecem como questões em aberto.
Métodos e resultados
Os astrônomos analisaram uma amostra de 111 galáxias em disco vistas de lado, utilizando dados arquivados do telescópio James Webb. Eles conseguiram estudar tanto galáxias de disco único quanto de disco duplo ao longo do tempo cósmico. Os resultados indicam que as galáxias inicialmente formam um disco espesso, seguido pela formação do disco fino. A transição ocorre em momentos distintos, dependendo da massa da galáxia: as galáxias de alta massa se transformaram em estruturas de dois discos cerca de 8 bilhões de anos atrás, enquanto as galáxias de baixa massa formaram seus discos finos aproximadamente 4 bilhões de anos atrás.
“Nossa medição única da espessura dos discos em altos redshift é um parâmetro fundamental para estudos teóricos que só foram possíveis com o Webb”
(“Our unique measurement of the thickness of the disks at high redshift is a benchmark for theoretical study that was only possible with Webb.”)— Takafumi Tsukui, Astrônomo, Universidade Nacional da Austrália
A pesquisa não só confirmou a formação dos discos, mas também alinhou os resultados com a hipótese do “disco de gás turbulento”, sugerindo que a intensa formação estelar inicial resulta em um disco espesso. Com a estabilização do disco de gás, a formação de estrelas subsequente leva à formação de um disco mais fino.
Implicações e próximos passos
Os pesquisadores destacam que, embora a pesquisa tenha avançado na compreensão da distinção entre discos finos e espessos, ainda há muito a explorar sobre a dinâmica das galáxias. “Queremos adicionar informações típicas de galáxias próximas, como movimento estelar, idade e metalicidade”, afirmou Tsukui.
Os dados obtidos podem ajudar a conectar o conhecimento de galáxias distantes e próximas e refinar ainda mais a compreensão da formação de discos. A pesquisa foi publicada nas Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Essa descoberta pode ter implicações significativas no entendimento da evolução galáctica e na formação de estruturas no cosmos, abrindo novas linhas para investigações futuras.
Fonte: sci.news– Ciência & Descobertas