
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos utilizando o Telescópio Espacial James Webb, da NASA/ESA/CSA, fizeram uma descoberta significativa ao encontrar um disco rico em carbono que circunda CT Cha b, um exoplaneta gigante localizado a aproximadamente 620 anos-luz da Terra.
Contexto da descoberta
CT Cha, também conhecido como PDS 44 e TIC 454259409, possui apenas 2 milhões de anos e continua a acumular material circumstelar. Este estudo marca a primeira vez que se tem uma visão direta das propriedades químicas e físicas do material sendo agregado a um gigante gasoso e a possíveis sistemas de luas.
Métodos e resultados
As observações em infravermelho de CT Cha b foram realizadas com o MIRI (Instrumento de Infravermelho Médio) do Webb, utilizando um espectrômetro de média resolução. Um olhar inicial sobre os dados arquivados do Webb revelou sinais de moléculas no disco circumplanetário, levando os pesquisadores a aprofundarem-se em suas análises.
Os pesquisadores enfrentaram o desafio de separar a luz da estrela da do planeta, devido ao sinal fraco de CT Cha b estar ofuscado pelo brilho do seu astro anfitrião. Após um ano de investigações minuciosas, foram descobertos sete moléculas ricas em carbono no disco do planeta, incluindo acetileno (C2H2) e benzeno (C6H6). Esta química rica em carbono contrasta com os resultados do disco ao redor da estrela hospedeira, que apresentava água, mas nenhuma molécula de carbono.
“Vimos moléculas na localização do planeta e, assim, sabíamos que havia material lá que valia a pena investigar e gastar um ano tentando extrair dos dados. Isso realmente exigiu muita perseverança.”
(“We saw molecules at the location of the planet, and so we knew that there was stuff in there worth digging for and spending a year trying to tease out of the data. It really took a lot of perseverance.”)— Sierra Grant, Astrônoma, Instituição Carnegie de Ciência
Implicações e próximos passos
A diferença química entre os dois discos oferece evidências sobre a rápida evolução química ocorrida em apenas 2 milhões de anos. A pesquisa pode ajudar a entender melhor como os sistemas lunares se formam, levantando questões sobre os ingredientes necessários e os processos físicos envolvidos nesse fenômeno.
“Queremos aprender mais sobre como nosso Sistema Solar formou luas. Isso significa que precisamos observar outros sistemas que ainda estão em construção.”
(“We want to learn more about how our Solar System formed moons. This means that we need to look at other systems that are still under construction.”)— Gabriele Cugno, Astrônomo, Universidade de Zurique
A iniciativa representa um passo significativo na investigação da formação de planetas e luas, e pode impactar futuras linhas de pesquisa na astronomia, particularmente em sistemas ainda em desenvolvimento.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)