
Universidade Estadual da Pensilvânia, Estados Unidos — InkDesign News — Uma pesquisa internacional baseada em dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST), publicada em setembro na Astronomy & Astrophysics, revela a detecção de misteriosos “pontos vermelhos” que podem representar uma nova classe de objeto celeste: estrelas de buraco negro, formadas logo após o Big Bang.
O Contexto da Pesquisa
Desde o lançamento do JWST em 2022, astrônomos têm observado fenômenos que desafiam o entendimento tradicional sobre a formação de galáxias. Os “pontos vermelhos”, encontrados por equipes de diversas instituições, entre elas a Universidade Estadual da Pensilvânia, inicialmente sugeriam galáxias incrivelmente maduras apenas 500 a 700 milhões de anos após o início do universo — um conceito que colocaria em xeque modelos atuais de evolução galáctica.
Resultados e Metodologia
Utilizando cerca de 60 horas de observação espectroscópica entre janeiro e dezembro de 2024, foram analisadas 4.500 galáxias distantes. Uma das detecções, apelidada de “The Cliff”, mostrou características extremas: a análise do espectro revelou uma massa gigantesca envolta por gás hidrogênio, indicando um buraco negro supermassivo que, ao engolir matéria, emitia luz semelhante à de uma estrela muito fria.
“Basicamente, analisamos tantos pontos vermelhos até encontrarmos um cuja atmosfera não podia ser explicada como estrelas típicas esperadas de uma galáxia.”
(“Basically, we looked at enough red dots until we saw one that had so much atmosphere that it couldn’t be explained as typical stars we’d expect from a galaxy.”)— Joel Leja, Professor Associado de Astrofísica, Universidade Estadual da Pensilvânia
“As propriedades extremas de The Cliff nos forçaram a repensar os modelos existentes e propor explicações completamente novas.”
(“The extreme properties of The Cliff forced us to go back to the drawing board, and come up with entirely new models.”)— Anna de Graaff, Pesquisadora, Instituto Max Planck de Astronomia
Implicações e Próximos Passos
A possível existência de “estrelas de buraco negro” pode lançar luz sobre um dos principais enigmas da astrofísica: a origem dos buracos negros supermassivos que ocupam o centro das galáxias atuais. Os pesquisadores destacam que tais objetos, ao acumularem rapidamente massa, podem ser uma fase inicial na formação desses gigantes do cosmos, influenciando diretamente modelos sobre a evolução do universo primordial.
Planos futuros incluem analisar a densidade do gás e o comportamento dessas regiões para testar a robustez da hipótese. A análise detalhada poderá também redefinir a compreensão sobre formação estelar e emissão de luz em ambientes galácticos extremos.
No horizonte, os cientistas preparam novos ciclos de observação para coletar mais dados, na expectativa de consolidar ou refinar o conceito de “estrelas de buraco negro”. A equipe ressalta que o universo ainda reserva grandes surpresas, exigindo constante revisão dos paradigmas estabelecidos.
Fonte: (ScienceDaily – Ciência)