
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos utilizando o Telescópio Espacial James Webb (JWST) da NASA/ESA/CSA descobriram evidências de energia sendo depositada na atmosfera superior do anão marrom SIMP J013656.5+093347.3 devido a uma aurora.
Contexto da descoberta
SIMP J013656.5+093347.3, conhecido como SIMP-0136, é um anão marrom de baixa massa situado a apenas 6,12 parsecs (20 anos-luz) da Terra, na constelação de Peixes. Com aproximadamente 200 milhões de anos, faz parte da associação estelar Carina-Near. A sua massa foi estimada em uma faixa entre 12,7 e 17,8 massas de Júpiter.
Métodos e resultados
O estudo revelou uma intensa atividade auroral no SIMP-0136, comparável às Luzes do Norte na Terra ou à poderosa aurora de Júpiter, que aquece a sua atmosfera superior. Dr. Evert Nasedkin, astrônomo do Trinity College Dublin, comentou:
“Nossas observações iluminaram a forte atividade auroral de SIMP-0136, semelhante às Luzes do Norte aqui na Terra”
(“Our observations illuminated SIMP-0136’s strong auroral activity, similar to the Northern Lights here on Earth”).— Dr. Evert Nasedkin, Astrônomo, Trinity College Dublin
As medições precisas capturaram variações de temperatura menores que 5 graus Celsius, relacionadas a sutis mudanças na composição química deste planeta livre. Surpreendentemente, a cobertura de nuvens foi constante, ao contrário do que se poderia esperar, já que as nuvens nessa temperatura são formadas por grãos de silicato, semelhantes à areia na praia.
Implicações e próximos passos
A pesquisa representa algumas das medições mais precisas da atmosfera de qualquer objeto extrasolar. “Este trabalho é empolgante porque mostra que, ao aplicar nossas técnicas de modelagem a dados de ponta do Webb, podemos começar a entender os processos que impulsionam o clima em mundos além do nosso Sistema Solar”, afirmou a professora Johanna Vos, também do Trinity College Dublin. A capacidade de estudar a dinâmica atmosférica de exoplanetas, desde gigantes gasosos semelhantes a Júpiter até mundos rochosos, será ampliada com futuras observações utilizando o Telescópio Extremamente Grande e, eventualmente, o Observatório de Mundos Habitáveis.
Essa descoberta abre caminho para um maior entendimento das atmosferas de exoplanetas e dos processos meteorológicos que ocorrem fora do Sistema Solar.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)