
Chile — InkDesign News — Astrônomos do Observatório Paranal da ESO, no Chile, revelaram uma nova imagem detalhada da nebulosa Gum 80, situada a 6.000 anos-luz na constelação de Serpens. A pesquisa destaca a presença incomum de uma estrela supergigante O, que aparentemente não pertence a essa região.
Contexto da descoberta
Localizada a aproximadamente 6.000 anos-luz de distância na constelação de Serpens, a nebulosa conhecida como Gum 80 — também designada como Sh2-46, RCW 158 ou LBN 58 — tem cerca de 14,5 anos-luz de extensão. A imagem capturada pelo Telescópio de Levantamento VLT (VST) mostra intensos tons vermelhos, resultado da ionização dos átomos de hidrogênio presentes na nebulosa.
Um ponto central da nebulosa apresenta a estrela HD 165319, uma estrela de tipo O, uma das mais brilhantes e raras no universo, responsável pelas cores vermelhas vibrantes em seu entorno.
Métodos e resultados
Para a obtenção da imagem, os pesquisadores utilizaram o VLT Survey Telescope, um telescópio operando no espectro da luz visível, localizado no Observatório Paranal da ESO, no Chile, e atualmente sob gestão do Instituto Nacional de Astrofísica da Itália (INAF).
Observações indicam que a estrela HD 165319 provavelmente se originou na Nebulosa da Águia, região rica em formação estelar situada na cauda da constelação de Serpens. Depois de sua formação, algumas estrelas deste aglomerado aberto podem se desestruturar gravitacionalmente, resultando em trajetórias solitárias por outras regiões espaciais.
Apesar da presença marcante em Gum 80, a estrela parece estar atravessando a nebulosa, o que é sugerido pela presença de um “choque de proa” ao seu lado.
“As fortes tonalidades vermelhas da Gum 80 podem ser bonitas, mas escondem um impostor.”
(“The strong red hues of Gum 80 might be beautiful, but they hide an impostor.”)— Astrônomos da ESO
Esse choque de proa sugere que a estrela está invadindo Gum 80, possivelmente alterando sua estrutura, e isso pode modificar a aparência e composição da nebulosa à medida que a estrela segue seu percurso.
Implicações e próximos passos
Esta descoberta adiciona evidências sobre o comportamento dinâmico de estrelas massivas em ambientes complexos como as nebulosas, enfatizando processos gravitacionais e interativos que podem modificar a composição e morfologia das regiões interestelares.
Além disso, a identificação de estrelas impostoras nestas nebulosas pode fornecer novas informações sobre a dispersão e migração estelar nas proximidades de regiões de formação intensa, como a Nebulosa da Águia.
“Talvez esta nebulosa acabe parecendo diferente se a estrela acabar deixando-a para trás.”
(“Perhaps this nebula will end up looking differently if the star ends up leaving it behind.”)— Astrônomos da ESO
A imagem capturada pelo VST amplia as perspectivas para futuras investigações em astrofísica estelar, destacando a importância do monitoramento de estrelas individuais e seus efeitos no meio interestelar para melhor compreensão dos ciclos de vida e movimentação estelar.
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Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)