
São Paulo — InkDesign News — As vendas de veículos zero quilômetros no Brasil recuaram 5,5% em abril de 2025, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, influenciadas pelo efeito calendário e um contexto de inflação e juros elevados.
Panorama econômico
O cenário econômico nacional permanece marcado pela alta das taxas de juros e a desaceleração da atividade econômica, fatores que têm moderado o ritmo de crescimento do setor automotivo. Internacionalmente, a conjuntura global também influencia o mercado, com a recente decisão da OPEP de acelerar a produção de petróleo impactando os preços e custos associados. O ambiente de política fiscal situação ainda em espera por respostas que possam estimular investimentos e o consumo.
Indicadores e análises
Divulgado nesta segunda-feira (5) pela Fenabrave, entidade que representa as concessionárias, o balanço registra a venda de 208,7 mil unidades em abril — englobando automóveis de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus — com crescimento de 6,7% em relação a março de 2025, o melhor resultado mensal do ano até agora.
Nos primeiros quatro meses de 2025, houve um avanço de 3,4% nas vendas, totalizando 760,3 mil veículos comercializados. Contudo, a Fenabrave sinaliza desaceleração no crescimento anual, prevendo um aumento de apenas 5% para o total de 2025, frente ao crescimento de 14% registrado em 2024.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta um crescimento mais otimista, com elevação de 6,3% nas vendas para este ano.
Impactos e previsões
“O reajuste dos juros e a incerteza econômica têm levado a uma redução natural do ritmo das vendas, mesmo com o volume mensal apresentando crescimento frente ao mês anterior”
(“The adjustment of interest rates and economic uncertainty have naturally led to a slowdown in sales pace, even with monthly volume showing growth compared to the previous month.”)— Diretor Técnico, Fenabrave
“Podemos rever nossos prognósticos após o balanço de junho, dependendo das condições macroeconômicas e do ajuste fiscal”
(“We may revise our forecasts after the June report, depending on macroeconomic conditions and fiscal adjustment.”)— Analista Econômico, Anfavea
O desempenho do setor automotivo está diretamente relacionado à saúde da economia brasileira, especialmente à inflação controlada e às decisões do Banco Central sobre a política de juros. Consumidores enfrentam maior cautela diante da elevação do custo do crédito, influenciando a escolha por financiamento de veículos e, em paralelo, a indústria avalia a necessidade de ajustes na produção.
No horizonte, especialistas do setor indicam que o mercado poderá apresentar maior dinamismo caso haja redução das taxas de juros e estabilização nos preços, o que pode estimular a demanda reprimida. Eventuais medidas governamentais para incentivar o consumo e investimentos nas cadeias produtivas também são esperadas para equilibrar a balança.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)