São Paulo — InkDesign News —
A Congregação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) decidiu encerrar antecipadamente o convênio com a Universidade de Haifa, em Israel, em resposta a protestos estudantis e críticas de parte do corpo docente. A decisão foi aprovada por 46 dos 54 votos possíveis.
Contexto educacional
O rompimento do convênio está inserido em um cenário mais amplo de manifestações contra as políticas israelenses, especialmente após os recentes conflitos na região. Desde o início dos ataques israelenses à Palestina, a FFLCH tem se posicionado contra a relação com a instituição israelense, argumentando que tal parceria contradiz os princípios de direitos humanos e ética que devem nortear a educação superior.
Políticas e iniciativas
O movimento por um rompimento com instituições israelenses não é exclusivo da USP; outras universidades, como a Unicamp (SP) e a UFF (RJ), já tomaram decisões semelhantes. A FFLCH detalhou sua proposta ao Conselho Universitário da USP, recomendando o fim do convênio, que estava em vigor desde 2018 e deveria expirar em maio de 2026.
“Foi uma vitória da ética sobre a omissão. A universidade pública brasileira não pode ser cúmplice de quem transforma o conhecimento em instrumento de guerra. Hoje, a FFLCH deu um passo histórico e a USP deve seguir o mesmo caminho”, disse o estudante João Conceição, representante discente da Comissão de Cooperação Internacional da FFLCH.
(“It was a victory of ethics over omission. The Brazilian public university cannot be complicit with those who turn knowledge into an instrument of war. Today, FFLCH took a historic step and USP should follow the same path.”)— João Conceição, Representante discente da Comissão de Cooperação Internacional, FFLCH-USP
Desafios e perspectivas
Embora a decisão represente um avanço significativo para muitos defensores dos direitos humanos, o futuro da colaboração acadêmica da USP com instituições internacionais pode enfrentar obstáculos. Questões relacionadas à infraestrutura, desigualdade e a necessidade de garantir um debate acadêmico plural são desafios a serem superados. Além disso, a sociedade civil e a comunidade acadêmica devem encontrar formas de dialogar e reestabelecer conexões que respeitem os princípios éticos relevantes.
O movimento estudantil, através de protestos e ocupações, tem sido uma força propulsora para mudanças institucionais. A pressão contínua da comunidade acadêmica e a necessidade de uma abordagem diplomática no contexto do conflito no Oriente Médio serão fatores cruciais para os próximos passos que a USP e outras instituições farão em relação a convênios internacionais.
O rompimento do convênio pode reverberar positivamente, incentivando outras instituições a repensarem suas relações acadêmicas e promoverem discussões mais amplas sobre ética e responsabilidade social na educação.
Fonte: (Agência Brasil – Educação)





