
São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo avançaram em uma vacina contra o vírus zika, após testes satisfatórios em camundongos e evidências de segurança e eficácia do imunizante.
Contexto e objetivos
O vírus zika tem se mostrado um problema crescente de saúde pública, associado a complicações neurológicas e anomalias congênitas, especialmente em recém-nascidos. O desenvolvimento de uma vacina eficaz é uma meta crucial para mitigar o impacto do vírus na população. O público-alvo desta pesquisa abrange não apenas indivíduos suscetíveis à infecção, mas também a população geral, visando erradicar a circulação do vírus.
Metodologia e resultados
Os testes foram realizados em camundongos geneticamente modificados, mais suscetíveis ao vírus zika. Os resultados indicaram que a vacina induziu a produção de anticorpos que neutralizaram o vírus, e não permitiu a infecção, evitando o desenvolvimento de sintomas e lesões. A estratégia de produção adota plataformas de partículas semelhantes ao vírus (VLPs), eliminando a necessidade de adjuvantes, como explicou o líder da pesquisa, Gustavo Cabral de Miranda.
A tecnologia costuma ser dividida, basicamente, em dois componentes: a partícula carreadora (VLP) e o antígeno viral, responsável por estimular o sistema imune a produzir anticorpos específicos.
(“The technology is usually divided, basically, into two components: the carrier particle (VLP) and the viral antigen, responsible for stimulating the immune system to produce specific antibodies.”)— Gustavo Cabral de Miranda, Pesquisador, Instituto de Medicina Tropical da USP
Implicações para a saúde pública
O avanço na pesquisa da vacina contra o zika pode ter um impacto significativo na saúde pública, especialmente diante da necessidade de um imunizante eficaz para prevenir futuras epidemias. A equipe busca financiamento para os próximos estudos envolvendo humanos, que são cruciais para a validação do imunizante. Além disso, investigam novas soluções, como vacinas de RNA mensageiro, explorando diferentes estratégias de imunização. Miranda enfatiza a importância de desenvolver capacidade produtiva local, que é fundamental para garantir a resposta rápida a emergências sanitárias.
Se não for agora ou daqui a dez anos, mas que a gente precisa ter essa continuidade, seja curto, médio ou longo prazo.
(“Whether it is now or in ten years, we need to have this continuity, whether in the short, medium, or long term.”)— Gustavo Cabral de Miranda, Pesquisador, Instituto de Medicina Tropical da USP
As próximas etapas incluem garantir o financiamento necessário, além de continuar o desenvolvimento tecnológico da vacina, o que é essencial para a saúde da população brasileira.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)