
Brasília — InkDesign News — Em 2025, caiu de 51% para 37% o uso da internet por crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos nas escolas, conforme divulgado pelo estudo Tic Kids Online Brasil. O relatório enfatiza a influência de novos regulamentos e um debate político crescente sobre a proteção digital dessa faixa etária.
Contexto educacional
O uso da internet nas escolas tem sido um assunto recorrente na agenda educacional brasileira. A pesquisa Tic Kids Online Brasil, realizada anualmente desde 2012, é um importante indicador do acesso e das práticas digitais entre crianças e adolescentes. Em um cenário de evolução tecnológica acelerada, os dados mostram que 92% dos jovens dessa faixa etária são usuários da internet, uma ligeira queda em relação aos 93% do ano anterior e 95% do ano retrasado. Essa estabilização no acesso, no entanto, contrasta com a redução do uso da internet no ambiente escolar.
Políticas e iniciativas
A restrição do uso de celulares nas escolas, implementada em 2025, é um fator que pode explicar a queda no acesso. Segundo Luísa Adib, coordenadora da pesquisa Tic Kids, “a gente pode ver uma relação entre a restrição do celular e a queda do acesso à internet na escola”
(“we can see a relationship between the cellphone restriction and the drop in internet access at school”). Essa política, junto com a discussão sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente Digital, está buscando garantir uma maior proteção no ambiente digital. Adicionalmente, programas voltados à inclusão digital, como o uso de dispositivos como computadores e tablets, são fundamentais para a educação.
Desafios e perspectivas
Os dados mostram também que o número de crianças que nunca acessaram a internet aumentou, passando de 492.393 para 710.343 em 2025. A desigualdade no acesso se agrava à medida que novas políticas são discutidas, mas nem sempre aplicadas de forma equitativa. “A gente já tinha o dado [em outras pesquisas] de que a atividade multimídia era das mais realizadas”, observa Luísa Adib. O desafio substancial é garantir que todos os jovens tenham acesso a essas tecnologias de maneira segura e eficaz, promovendo, assim, um ambiente mais inclusivo e menos desigual.
Os impactos futuros podem ser significativos, especialmente para o desenvolvimento das habilidades digitais necessárias no século XXI. O diálogo entre pais e filhos sobre o uso da internet é considerado crucial, uma vez que a mediação ativa tende a apresentar resultados mais efetivos. “Quando há diálogo e um acompanhamento das práticas que a criança realiza, isso tende a ter resultados mais efetivos”
(“When there is dialogue and monitoring of the practices that the child carries out, this tends to have more effective results”). Com a continuidade dessas discussões, espera-se que o acesso digital se torne mais seguro e acessível para todos os estudantes.
Fonte: (Agência Brasil – Educação)