US Space Force testa propulsores para satélite lunar de vigilância

Edwards Air Force Base, Califórnia — InkDesign News — A Força Espacial dos Estados Unidos realizou em março de 2025 um teste integrado do sistema total de propulsão para a espaçonave Oracle-M, projetada para monitorar objetos próximos à órbita lunar, na extensa região do cislunar, entre a Terra e a Lua.

Detalhes da missão

O sistema de propulsão testado na Base Aérea Edwards contou com os propulsores Hall effect, que usam correntes elétricas para ionizar gás xenônio, transformando-o em plasma. Esse gás ionizado é então impulsionado para gerar empuxo, permitindo a manobrabilidade da Oracle-M em cislunar space. A missão Oracle-M faz parte de um conjunto denominado “family of systems”, que inclui também a Oracle-Prime (Oracle-P), esta focada na vigilância e rastreamento de objetos na região cislunar.

A Oracle-M destina-se a demonstrar persistente capacidade de consciência situacional nesse espaço entre a Terra e a Lua, ampliando a capacidade dos Estados Unidos de monitorar e navegar em regiões orbitais críticas para futuras operações espaciais. A Força Espacial ainda não definiu uma data concreta para o lançamento, mas os testes terrestres avançaram com a conclusão do sistema de propulsão em abril de 2025 e os preparativos para a revisão de prontidão para lançamento iniciarão em sequência.

Tecnologia e objetivos

Os propulsores Hall effect, usados no sistema Oracle-M, são notáveis por sua eficiência na propulsão elétrica espacial, ionizando o gás xenônio para criar plasma e gerando impulso através de campos elétricos. Este sistema inovador permite manobras precisas e sustentadas em órbita, necessárias para a vigilância detalhada da movimentação de satélites e objetos no cislunar space.

A Oracle-M tem como objetivo não apenas a mobilidade, mas também a experimentação em rastreamento de objetos conhecidos nessa vasta região espacial, reforçando a capacidade dos EUA em operações estratégicas além da órbita terrestre.

“When it launches, the Oracle-M mission will ‘provide persistent situational awareness in cislunar space, demonstrating new tracking and navigation capabilities essential for future space operations’ and ‘define the future of space operation and U.S. national security beyond Earth’s orbit.’”
(“Quando for lançada, a missão Oracle-M ‘fornecerá consciência situacional persistente no espaço cislunar, demonstrando novas capacidades de rastreamento e navegação essenciais para futuras operações espaciais’ e ‘definirá o futuro da operação espacial e da segurança nacional dos EUA além da órbita terrestre.’”)

— Space Systems Command, Força Espacial dos EUA

“Cislunar space offers a vast maneuver space that is difficult to surveil and from which surprises can then emerge, analogous to deep-sea submarine warfare. The People’s Republic of China’s military-run space program is positioning itself in cislunar space. We are behind, and we must catch up.”
(“O espaço cislunar oferece um vasto espaço de manobra que é difícil de vigiar e do qual podem emergir surpresas, semelhante à guerra submarina em alto mar. O programa espacial militar da República Popular da China está se posicionando no espaço cislunar. Estamos atrás e precisamos recuperar o atraso.”)

— Peter Garretson, consultor estratégico independente e ex-oficial da Força Aérea dos EUA

Próximos passos

Após a conclusão dos testes no solo, o comando da Força Espacial iniciará as revisões para validar a prontidão do lançamento da Oracle-M, processo previsto para se iniciar pouco após abril de 2025. A missão deve avançar para a fase de lançamento e operações em órbita cislunar, onde a Oracle-M testará em ambiente real suas capacidades de monitoramento e manobra.

Além disso, a colaboração com o Laboratório de Pesquisa da Força Aérea dos EUA (AFRL) continuará para desenvolver sistemas complementares como a Oracle-P, voltada para experimentos de processamento avançado de imagem e manutenção da custódia de objetos no espaço cislunar. Tais iniciativas são estratégicas para manter a superioridade tecnológica e operacional dos Estados Unidos em regiões espaciais emergentes de interesse militar e de segurança nacional.

O crescente interesse de outros atores espaciais, especialmente da China, ressalta a importância de fortalecer o conhecimento, a vigilância e a capacidade de manobra no espaço cislunar, reconhecido como o “novo alto terreno” para operações militares estratégicas entre a Terra e o satélite natural.

Este avanço representa um passo significativo no desenvolvimento tecnológico para operações espaciais à frente da órbita terrestre baixa e sinaliza uma nova era para a exploração e defesa espacial americana.

Fonte: (Space.com – Space & Exploração)