
São Paulo — InkDesign News — O impacto da inteligência artificial na indústria do entretenimento tem gerado discussões acaloradas, especialmente com iniciativas como a que a Universal Pictures adotou em seus filmes, indicando que as obras “não devem ser usadas para treinar IA”.
Contexto e lançamento
A crescente preocupação com a utilização não autorizada de material protegido por direitos autorais na formação de modelos de IA levou grandes estúdios a implementar estratégias de proteção. A Universal Pictures foi a primeira a incluir uma mensagem em seus créditos, oportunamente começando com a estreia de How to Train Your Dragon em junho de 2023. O filme continha um aviso que buscava dissuadir o uso indevido de seu conteúdo pelas empresas de tecnologia, em uma tentativa de salvaguardar sua propriedade intelectual diante de um cenário onde modelos de IA são alimentados com dados provenientes de fontes questionáveis.
Design e especificações
A mensagem de ressalva aparece nos créditos finais da maioria das produções da Universal, como em Jurassic World Rebirth e Bad Guys 2. A notificação explicita que o filme está protegido pelas leis dos Estados Unidos e de outros países. Além disso, uma citação da legislação de direitos autorais da União Europeia de 2019 é inserida em versões internacionais, permitindo que os criadores optem por não ter suas obras utilizadas para fins de pesquisa científica.
Repercussão e aplicações
A resposta da comunidade de tecnologia e entretenimento a essas iniciativas tem sido diversificada. Por um lado, muitos consideram que as mensagens podem ser uma tentativa simbólica de proteger o conteúdo. Contudo, as dúvidas permanecem sobre a eficácia real dessa abordagem. Como mencionado em uma análise,
“Do not train” é uma advertência que estabelece um potencial de recurso caso os filmes sejam utilizados sem autorização.
(“Do not train” warning is a disclaimer that establishes a potential for recourse if films are used without permission.)— Analista de Propriedade Intelectual
Por outro lado, o uso de materiais como livros e obras de arte sem autorização para treinar modelos de IA levanta questões éticas que são difíceis de resolver, especialmente com casos como o de Meta, que, segundo reportagens, “torrentou terabytes de livros do LibGen”.
Com o aumento da conscientização sobre os direitos autorais no espaço digital, as iniciativas da Universal refletem um movimento maior na indústria do entretenimento. À medida que as empresas de tecnologia avançam em direção à inovação, a luta entre proteção de direitos autorais e evolução tecnológica se torna cada vez mais complexa.
Futuras colaborações entre o mundo da criação de conteúdo e as tecnologias emergentes parecem inevitáveis, mas fundamental será a forma como a indústria gerenciará e regulamentará o uso do seu material.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)