
São Paulo — InkDesign News — No contexto das conferências sobre inteligência artificial, a participação de Moorosi, uma pesquisadora sênior do Distributed AI Research Institute, ilustra a crescente mobilização em torno da IA na África, buscando promover o engajamento local em políticas e estratégias de desenvolvimento.
Contexto da pesquisa
A Deep Learning Indaba, cuja fundação remonta a 2017 em Joanesburgo, na África do Sul, iniciou-se com um grupo de 300 interessados. Desde então, expandiu-se para um movimento pan-africano, com capítulos locais em 50 países. Este ano, a atração por participar do evento cresceu exponencialmente, com aproximadamente 3.000 candidaturas, das quais 1.300 foram aceitas. Grande parte dos participantes provém de países africanos de língua inglesa, com uma notável nova inclusão de nações como Chade, Camarões, República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Sudão. As motivações de muitos são claras: oportunidades de emprego em empresas tecnológicas e aceitação em programas de doutorado.
Método e resultados
Durante o evento, representantes de organizações como o Microsoft Research AI for Good Lab e o Google participaram, ressaltando o valor da colaboração internacional em pesquisa de IA. Contudo, Moorosi expressa um desejo por mais iniciativas nativas que criem oportunidades realistas dentro do continente africano. Além disso, o evento facilitou painéis sobre política de IA, onde a discussão girou em torno da necessidade de maior engajamento comunitário na formulação de estratégias nacionais de IA. Questões que surgiram incluíram o acesso dos jovens africanos a estas discussões e o papel de intervenções externas na formação das políticas continentais.
Implicações e próximos passos
A crescente demanda por IA localmente desenvolvida representa uma oportunidade significativa para que as indústrias africanas adotem soluções sob medida. Moorosi enfatiza um anseio por ver “indústrias africanas adotando produtos de IA construídos na África”. Ela apontou para a importância de alinhar as estratégias de IA com prioridades africanas, como proteção dos direitos trabalhistas, direitos minerais e salvaguardas contra exploração. Os desafios éticos e operacionais são complexos, exigindo uma abordagem crítica e objetiva à adoção de tecnologias emergentes.
“Precisamos realmente mostrar nosso trabalho ao mundo”
(“We really need to show our work to the world.”)— Moorosi, Pesquisadora Sênior, Distributed AI Research Institute
Com um cenário de potencial significativo, a IA na África enfrenta a oportunidade de crescer de maneira autossustentável. Participantes como Moorosi não só promovem a inovação em tecnologia, como também garantem que interesses africanos legítimos sejam considerados nas futuras diretrizes e aplicações de IA.
Fonte: (MIT Technology Review – Artificial Intelligence)