
Brasília — InkDesign News — Entre 2017 e 2025, mais de 300 mil crianças e adolescentes brasileiros retornarão à escola, conforme divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em 28 de agosto de 2023, evidenciando a urgência de ações para combater a evasão escolar.
Contexto educacional
O Brasil, apesar de avanços significativos na educação nas últimas décadas, ainda enfrenta desafios expressivos. De acordo com a PNAD Contínua 2024, cerca de 993 mil crianças e adolescentes com idade entre 4 e 17 anos estão fora da sala de aula, um fenômeno que afeta, principalmente, os alunos entre 15 e 17 anos. A maioria desse grupo é composta por meninos (55%) e a diversidade racial é notável, com 67% identificando-se como pretos, pardos ou indígenas. Mais da metade das crianças nessa condição vive nas famílias que se encontram entre os 20% mais pobres do país.
Políticas e iniciativas
A principal estratégia utilizada para reverter esse quadro é a Busca Ativa Escolar, desenvolvida em parceria entre o Unicef e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). Essa abordagem visa auxiliar estados e municípios a criar políticas robustas para combater o abandono escolar. Como observou a chefe de Educação do Unicef no Brasil:
“Esse fenômeno de exclusão escolar está presente na zona rural quanto nas zonas urbanas por diferentes motivos. Mas sempre nos preocupa que as barreiras estão relacionadas às questões de violência, de dificuldade de acesso e de transporte.”
(“This phenomenon of school exclusion is present in rural areas and urban areas for different reasons. But we are always concerned that the barriers are related to issues of violence, difficulty accessing and transportation.”)— Mônica Dias Pinto, Chefe de Educação, Unicef
Desafios e perspectivas
Os desafios para a inclusão educacional são complexos. Meninos muitas vezes abandonam a escola devido ao trabalho infantil e à reprovação acumulada, enquanto meninas enfrentam barreiras como gravidez precoce e responsabilidade pelo trabalho doméstico. Além disso, questões de racismo foram apontadas como fatores que contribuem para a evasão escolar, exigindo uma análise aprofundada e políticas públicas que considerem as especificidades de gênero e território.
Sobre a Educação Infantil, o Unicef ressaltou que quase 7 milhões de crianças entre zero e três anos estão fora da creche, o que representa 60% do total. Embora a matrícula não seja obrigatória, fundamental para o desenvolvimento infantil, a expansão do acesso a creches é considerada uma prioridade. Assim, como mencionado pelo Unicef:
“Esse dado evidencia a necessidade urgente de ampliar a oferta de Educação Infantil, especialmente em comunidades vulneráveis, e realizar ações de busca ativa, para que bebês e crianças bem pequenas tenham o direito à educação garantido desde os primeiros anos de vida.”
(“This data highlights the urgent need to expand access to Early Childhood Education, especially in vulnerable communities, and to carry out active search actions, so that babies and very young children are guaranteed the right to education from the first years of life.”)— Unicef
A luta para garantir o direito à educação no Brasil implica um esforço conjunto de políticas direcionadas, investimento em infraestrutura e um compromisso social para enfrentar desigualdades históricas. O retorno à escola representa não apenas uma conquista para as crianças e adolescentes, mas também um passo significativo para o desenvolvimento social e econômico do país.
Fonte: (Agência Brasil – Educação)