Tulum Energy redescobre tecnologia de hidrogênio e capta US$ 27M

São Paulo — InkDesign News — A busca por fontes de energia renovável ganha novos contornos com a redescoberta de um processo de pirólise de metano, que promete gerar hidrogênio de forma sustentável e limpa, com um impacto ambiental significativo.
Tecnologia renovável
Entre 2002 e 2005, engenheiros do Techint Group notaram que os eletrodos de carbono de um forno elétrico não só não se desgastavam, como cresciam. Eles, sem querer, haviam criado uma reação de pirólise, que consiste em queimar algo na ausência de oxigênio. Neste caso, o forno estava separando metano em hidrogênio puro e carbono puro.
“Naquela época, ninguém se importava porque ninguém se importava com pirólise de metano, sobre hidrogênio”
(“Back then, nobody cared because nobody cared about methane pyrolysis, about hydrogen.”)— Massimiliano Pieri, CEO, Tulum Energy
A descoberta foi relatada internamente e, em seguida, praticamente esquecida até que a TechEnergy Ventures, unidade de capital de risco do Techint, decidiu reavaliar as possibilidades.
Redução de CO₂
A pirólise tem atraído interesse devido à sua capacidade de produzir hidrogênio a partir do gás natural barato e amplamente disponível, sem emissões de dióxido de carbono associadas. O processo resulta em hidrogênio gasoso e um resíduo de carbono sólido, ambos comercializáveis.
Tulum Energy, uma startup que emergiu dessa redescoberta, busca construir uma planta piloto no México ao lado de uma usina de aço existente do Techint. A planta comercial em plena operação deve gerar duas toneladas de hidrogênio e 600 toneladas de carbono diariamente. Pieri afirmou que a expectativa é que o custo da produção de hidrogênio seja de aproximadamente $1,50 por quilograma nos EUA, onde a eletricidade e o gás natural são acessíveis.
“Isso lhe dá uma grande vantagem inicial”
(“This gives you a big head start.”)— Massimiliano Pieri, CEO, Tulum Energy
Casos de uso
Se tudo ocorrer como planejado, a usina de aço do Techint pode comprar hidrogênio e carbono diretamente da Tulum para suas operações, criando uma simbiose entre a produção de aço e a geração de hidrogênio renovável.
Atualmente, Tulum não é a única empresa explorando a pirólise de metano para a produção de hidrogênio. A Modern Hydrogen, Molten Industries e a Monolith são algumas das concorrentes no setor. Contudo, a Tulum se destaca por não requerer catalisadores caros, ao contrário de alguns concorrentes.
Para o futuro, a Tulum espera que sua planta comercial não apenas reduza a emissão de CO₂, mas também que ajude a solidificar uma nova era de práticas mais sustentáveis para a indústria de energia.
Fonte: (TechCrunch – Climate / GreenTech)