
São Paulo — InkDesign News — A recente controvérsia envolvendo James Comey, ex-diretor do FBI, e sua postagem no Instagram, que gerou reações intensas entre figuras políticas e parte do público, destaca um momento crítico na interseção entre política e redes sociais.
Contexto e lançamento
Na quinta-feira, dias após a publicação de Comey, a Secretária do Departamento de Segurança Interna, Kristi Noem, anunciou a abertura de uma investigação sobre a postagem, que ela classificou como uma “ameaça” ao presidente Donald Trump. A postagem de Comey, que apresentava a combinação “86 47” feita com conchas na areia, foi interpretada por muitos como uma alusão a um ato de violência. O filho do presidente, Donald Trump Jr., afirmou que a combinação se referia a “matar o presidente Trump”, o que gerou uma onda de indignação nas plataformas sociais, especialmente entre os apoiadores do presidente.
Design e especificações
A imagem postada por Comey, que hoje não está mais disponível, mostra uma formação de conchas dispostas de forma a criar uma expressão que, embora inocente à primeira vista, foi polêmica dada a conotação que alguns usuários atribuíam aos números. Comey, ao defender sua postagem, comentou:
“Eu postei uma foto de algumas conchas que vi hoje em uma caminhada na praia, o que supus ser uma mensagem política. Eu não percebia que algumas pessoas associavam esses números à violência. Nunca me ocorreu, mas me oponho à violência de qualquer tipo, então tirei a postagem.”
(“I posted earlier a picture of some shells I saw today on a beach walk, which I assumed were a political message. I didn’t realize some folks associate those numbers with violence. It never occurred to me but I oppose violence of any kind so I took the post down.”)— James Comey, Ex-Diretor do FBI
Repercussão e aplicações
A reação ao post foi impulsionada por Gabbard, ex-candidata à presidência e atual Diretora de Inteligência Nacional, que pediu a encarceramento de Comey, alegando que ele “estava criando uma cultura que incentivava a assassinato de Trump”. Essa afirmação provou ser divisiva, uma vez que estudos indicam que um percentual notável da população tem opiniões polarizadas sobre a segurança do presidente. Gabbard, afirmando que 55% dos entrevistados achavam que assassinar Trump seria “um tanto justificado”, foi desmentida por dados que mostravam que o percentual correto era de 38%. Assim, a narrativa se torna um retrato da escalada retórica encontrada nas atuais discussões políticas no país. Este cenário foi bem sintetizado por um analista legal da CNN, que declarou:
“Isto não é criminal. Esta não é uma ameaça penalmente imputável ao presidente. É discurso político. É muito amplo. É estúpido, é imprudente. Não é criminoso.”
(“This is not criminal. This is not a criminally chargeable threat against the president. It’s political speech. It’s way too broad. It’s stupid, it’s reckless. It’s not criminal.”)— Elie Honig, Analista Legal da CNN
As controvérsias como esta têm se tornado frequentes, levantando questões sobre as responsabilidades e limites do discurso político nas redes sociais, refletindo tensões mais amplas dentro da sociedade. À medida que figuras públicas utilizam plataformas digitais para comunicar suas ideias, o impacto e as consequências dessas postagens estão sob intenso escrutínio e devem continuar a ser objeto de discussão no futuro.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)