
São Paulo — InkDesign News — A questão da associação entre o uso de acetaminofeno durante a gravidez e o autismo em crianças gera debates na área da saúde. Pesquisadores discutem a relação e a necessidade contínua de cuidados durante a gestação.
Contexto científico
Com o aumento das taxas de diagnóstico do autismo nas últimas décadas, especialistas têm investigado os fatores que podem contribuir para essa crescente prevalência. Instituições como a London School of Hygiene and Tropical Medicine têm se dedicado a compreender a complexidade do autismo, que é amplamente reconhecido como genético. Ian Douglas, epidemiologista, afirma:
“Muitos desses motivos subjacentes poderiam ser, eles próprios, causas do autismo.
(“Many of these underlying reasons could themselves be causes of autism.”)— Ian Douglas, Epidemiologista, London School of Hygiene and Tropical Medicine
Metodologia e resultados
Estudos epidemiológicos têm abordado a trajetória do uso de acetaminofeno durante a gravidez, questionando mães sobre seu uso na gestação e comparando as taxas de autismo em seus filhos. A textit{JAMA} publicou uma pesquisa recente envolvendo quase 2,5 milhões de crianças na Suécia, observando inicialmente um leve aumento no risco de autismo e TDAH. Porém, ao realizar análises focadas em irmãos, essa associação desapareceu. Esta abordagem busca compensar vieses potenciais relacionados a condições de saúde que podem levar as mulheres a usar o medicamento, como infecções ou doenças autoimunes.
Implicações clínicas
Segundo a American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG), o acetaminofeno é o único analgésico de venda livre considerado seguro durante a gravidez, sendo recomendado o seu uso quando necessário. ACOG reforça a importância desse medicamento para evitar complicações associadas a febres elevadas, que podem ser perigosas durante a gestação. Steven Fleischman, presidente da ACOG, destaca:
“As condições pelas quais as pessoas usam acetaminofeno durante a gravidez são muito mais perigosas do que quaisquer riscos teóricos e podem criar morbidade e mortalidade severa para a pessoa grávida e o feto.”
(“The conditions people use acetaminophen to treat during pregnancy are far more dangerous than any theoretical risks and can create severe morbidity and mortality for the pregnant person and the fetus.”)— Steven Fleischman, Presidente, ACOG
As discussões sobre a segurança do acetaminofeno durante a gravidez continuarão enquanto novas pesquisas emergem. A necessidade de avaliações rigorosas e um entendimento mais profundo da interação entre fatores genéticos e ambientais no autismo permanece uma prioridade nas áreas de biotecnologia e saúde pública.
Fonte: (MIT Technology Review – Biotecnologia e Saúde)