Brasília — InkDesign News — O Telescópio Espacial James Webb revelou imagens inéditas de oito “anéis de Einstein” no universo profundo, divulgadas em 30 de setembro de 2025, fenômenos que demonstram o efeito de lentes gravitacionais previsto por Albert Einstein há mais de um século. A pesquisa, que integra o projeto COSMOS-Web, amplia o alcance visual de astrônomos sobre galáxias remotas e ressalta a capacidade do Webb para desvendar estruturas celestes jamais vistas.
O Contexto da Pesquisa
A observação de lentes gravitacionais tornou-se central em estudos de astronomia desde as primeiras previsões teóricas de Einstein sobre a distorção do espaço-tempo. O fenômeno ocorre quando galáxias massivas deformam a luz de objetos mais distantes. Pesquisas anteriores, lideradas principalmente pelo Telescópio Espacial Hubble, já haviam detectado manifestações parciais desse efeito, mas as imagens agora obtidas pelo James Webb representam um avanço exponencial na precisão e profundidade dessas análises.
“Imagine o espaço como um tecido elástico. Quando um objeto massivo, como uma galáxia, se posiciona nesse tecido, ele deforma o espaço ao redor. Quando a luz de uma galáxia ainda mais distante atravessa esse espaço distorcido, seu caminho curva. Se o alinhamento for exato, a luz dessa galáxia de fundo é deformada em arcos ou anéis, fenômeno chamado de anel de Einstein.”
(“Imagine space as a stretchy fabric. When a massive object, such as a galaxy, sits on that fabric, it bends the space around it. When light from a more distant galaxy passes through this warped space, its path curves. When the alignment is just right, that background galaxy’s light is distorted into arcs or rings. The effect can create a glowing circle of light called an Einstein ring.”)— Equipe COSMOS-Web
Resultados e Metodologia
A coleta de dados do projeto COSMOS-Web totalizou 255 horas de observação, durante as quais o James Webb apontou para mais de 42.000 galáxias identificando mais de 400 possíveis exemplos de anéis de Einstein. Oito destes, agora divulgados, representam alguns dos exemplos mais íntegros e dramáticos já capturados. Segundo os cientistas, o destaque fica por conta da imagem da galáxia COSJ100024+015334, cuja luz remonta a uma época em que o universo tinha apenas cerca de 1 bilhão de anos. Estes alinhamentos raros permitem não apenas ampliar e detalhar galáxias remotas, mas também mensurar a massa de galáxias-lentes e investigar componentes invisíveis, como a matéria escura.
“Essas lentes ampliam e amplificam a luz de galáxias distantes que, de outra forma, seriam invisíveis aos telescópios atuais.”
(“These lenses magnify and amplify light from very distant galaxies that would otherwise be invisible.”)— Equipe COSMOS-Web
Implicações e Próximos Passos
O detalhamento sem precedentes proporcionado pelo James Webb permite analisar estruturas fundamentais das galáxias, aglomerados estelares e ocorrências como a explosão de estrelas. A investigação de anéis de Einstein pode revelar pistas sobre como a matéria escura orientou a formação das primeiras estruturas do cosmos. Além disso, a identificação de galáxias ocultas pela poeira e pela distância abre novas perspectivas para a compreensão da evolução galáctica.
Especialistas preveem que o desdobramento desses estudos de lentes gravitacionais alimentará novos modelos cosmológicos e poderá fundamentar o desenvolvimento de técnicas observacionais mais avançadas, alavancando também estudos sobre a natureza da matéria escura e energia escura.
As expectativas para os próximos anos incluem a busca por alinhamentos ainda mais raros, além de refinamentos nas medições de massa galáctica e parâmetros cosmológicos, fortalecendo o mapeamento das origens e transformações do universo observável.
Fonte: (Live Science – Ciência)
