Brasília — InkDesign News — O Sistema Único de Saúde (SUS) foi responsável por 60% dos exames de imagem realizados no Brasil em 2023, totalizando mais de 101 milhões de procedimentos, destacando-se a desigualdade de acesso em relação aos planos de saúde.
Contexto e objetivos
A situação da saúde pública no Brasil, especialmente no que se refere aos exames de imagem, evidencia um desafio persistente. Apesar das melhorias observadas entre 2014 e 2023, a proporção de exames realizados para cada 1.000 usuários é significativamente maior entre aqueles que possuem plano de saúde. A pesquisa do Atlas da Radiologia no Brasil 2025, elaborada pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, busca compreender essa desigualdade e suas implicações para a saúde da população, focalizando tanto os beneficiários do SUS quanto os planos de saúde.
Metodologia e resultados
O estudo utilizou uma amostra de 160,4 milhões de brasileiros atendidos pelo SUS e 51,2 milhões que tinham plano de saúde. A pesquisa calculou a densidade dos exames por 1.000 usuários e o Indicador de Desigualdade Público/Privado (IDPP), a partir de cinco tipos de exames: raio-x, mamografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Entre os achados, destaca-se que, a cada mil usuários do SUS, foram realizados cerca de 634,41 exames, enquanto no setor privado, o número foi de aproximadamente 1.323. O estudo revelou um aumento na densidade no SUS, enquanto o IDPP caiu de 3,23 em 2014 para 3,54 em 2023 no caso das mamografias.
“Os usuários dos planos realizaram 3,54 vezes mais mamografias do que os do SUS.”
(“Users of private plans underwent 3.54 times more mammograms than SUS users.”)— Atlas da Radiologia no Brasil 2025
Implicações para a saúde pública
A desigualdade observada no acesso a exames de imagem tem implicações diretas na saúde da população, especialmente na detecção precoce de doenças, como o câncer de mama. A densidade de ressonâncias magnéticas no SUS mais do que dobrou, passando de 6,07 para 13,80 exames a cada 1.000 pessoas, o que resultou na redução do IDPP em 30%. No entanto, as disparidades ainda são alarmantes, com a maior desigualdade na ressonância magnética, onde o exame foi realizado 13,13 vezes mais entre beneficiários de planos de saúde. A necessidade de revisão das estratégias de implementação de políticas de saúde se torna evidente para garantir um acesso equitativo aos serviços de diagnóstico.
“O menor IDPP foi encontrado no raio-x, 1,36; já a maior desigualdade está na ressonância magnética.”
(“The lowest IDPP was found in X-rays, 1.36; the highest inequality is in magnetic resonance.”)— Estudo do Colégio Brasileiro de Radiologia
Em suma, as recomendações incluem a implementação de políticas que promovam a igualdade no acesso a exames de imagem, garantindo que todos os cidadãos possam usufruir desse vital serviço de saúde, independentemente de sua condição financeira.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)
