
São Paulo — InkDesign News —
Nos últimos dias, uma série de eventos inusitados no ocidente da América do Norte chamou a atenção de entusiastas da tecnologia e do espaço. O fenômeno das luzes brilhantes no céu, frequentemente confundido com meteoritos, revela uma nova dinâmica no uso do espaço: a queda de satélites Starlink.
Contexto e lançamento
Com a expansão da rede Starlink, um projeto da SpaceX, o aumento no número de satélites em órbita tem gerado preocupações e maravilhas. Recentemente, observadores na Califórnia e no Canadá relataram ver satélites caindo, um sinal claro de que o parque de satélites se tornou tão abundante que a reentrada na atmosfera terrestre se tornou uma ocorrência diária.
“Atualmente, cerca de um a dois satélites Starlink estão caindo de volta à Terra a cada dia”, afirma Jonathan McDowell, astrofísico aposentado de Harvard e autor do Jonathan’s Space Report, que monitora o que entra e sai da órbita.
“Esperamos que o número de satélites queimando no céu à noite continue a aumentar, chegando a cinco por dia.”
(“I expect the number of satellites burning up in the night’s sky to continue to climb, estimating that there will soon be as many as five per day.”)— Jonathan McDowell, Astrofísico aposentado, Harvard
Design e especificações
A rede Starlink, composta por mais de 8.500 satélites atualmente em órbita, faz parte de uma tendência maior de satélites de comunicação em baixa órbita terrestre (LEO). Estes satélites normalmente têm um ciclo de vida útil de cinco anos, o que significa que, à medida que novas unidades são lançadas, as antigas se aproximam do fim de seu uso e caem.
McDowell prevê que, quando se considera a adição de satélites como os do Amazon Kuiper, o número de satélites LEO operacionais poderá ultrapassar 30.000, situação que expõe novas questões sobre a segurança e a sustentabilidade do espaço.
Repercussão e aplicações
A crescente quantidade de satélites no céu levanta preocupações sobre o que é conhecido como síndrome de Kessler, que ocorre quando a densidade de objetos em LEO se torna tão alta que colisões se tornam mais freqüentes, resultando em mais detritos espaciais. “Com o aumento do tráfego no espaço, os riscos de colisões e, portanto, os riscos de detritos aumentam,” adverte McDowell.
Além disso, a Administração Federal de Aviação dos EUA alertou que, até 2035, estima-se que uma pessoa será ferida ou morta a cada dois anos por detritos caindo descontroladamente da órbita. Este cenário ressalta a necessidade urgente de regulamentação e gerenciamento do espaço.
A missão contínua de empresas como a SpaceX em expandir a conectividade global através do uso de satélites implica que o fenômeno da queda de satélites tende a se intensificar. Com a projeção de um aumento contínuo nesse aspecto, a atenção ao céu pode se tornar mais do que um mero capricho, mas uma necessidade prática.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)