
São Paulo — InkDesign News — Cientistas revelaram recentemente imagens inéditas das regiões polares do Sol, capturadas pela missão Solar Orbiter da ESA/NASA. Este avanço na pesquisa solar promete oferecer novos insights sobre o comportamento da estrela mais próxima da Terra.
Contexto da descoberta
A pesquisa foi realizada com o objetivo de entender melhor o funcionamento do Sol, uma estrela essencial para a vida na Terra, mas também responsável por fenômenos que podem afetar sistemas tecnológicos. A missão Solar Orbiter, lançada pela Agência Espacial Europeia, tem como foco capturar imagens do Sol a partir de ângulos raramente observados, especificamente das regiões polares, até agora inexploradas.
Métodos e resultados
As imagens foram obtidas utilizando três instrumentos científicos: o Polarimetric and Helioseismic Imager (PHI), o Extreme Ultraviolet Imager (EUI) e o Spectral Imaging of the Coronal Environment (SPICE). Essas ferramentas possibilitaram a visualização do campo magnético solar e da atmosfera externa da estrela. Esses dados revelaram, por exemplo, um campo magnético desorganizado nas regiões polares do Sol, onde estão presentes polaridades opostas, situação que ocorre brevemente em cada ciclo solar.
“Não sabíamos exatamente o que esperar dessas primeiras observações — os polos do Sol são literalmente terra incognita”
(“We didn’t know what exactly to expect from these first observations — the Sun’s poles are literally terra incognita.”)— Professor Sami Solanki, Líder da Equipe de PHI, Instituto Max Planck de Pesquisa do Sistema Solar
Implicações e próximos passos
As descobertas podem revolucionar nosso entendimento da dinâmica solar. Os cientistas observaram padrões de movimento de material solar que podem sugerir a presença de vórtices polares, semelhantes aos que ocorrem em outros planetas do sistema solar. Isso pode ajudar a prever ciclos solares futuros e a atividade magnética, melhorando modelos de previsão que atualmente são insuficientes.
“A partir de agora, estávamos no momento certo para acompanhar todo o processo a partir de uma perspectiva única e vantajosa”
(“Solar Orbiter has reached high latitudes at just the right time to follow the whole process from its unique and advantageous perspective.”)— Professor Sami Solanki, Líder da Equipe de PHI, Instituto Max Planck de Pesquisa do Sistema Solar
Os dados obtidos pela Solar Orbiter também são fundamentais para compreender por que o campo magnético do Sol inverte sua polaridade a cada 11 anos, um ciclo que influencia a atividade solar e os impactos que isso pode ter na Terra. O avanço na observação das regiões polares permitirá, assim, um mapeamento mais preciso do comportamento solar em suas diversas fases, abrindo novas avenidas para pesquisas futuras.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)