Setor privado e Congresso reforçam agências reguladoras para atrair investimento

Brasília — InkDesign News — Parlamentares e representantes do setor privado reuniram-se na noite de terça-feira (6) para debater propostas legislativas que visam fortalecer o orçamento das agências reguladoras, que enfrentam significativa crise orçamentária. A reunião destacouse pela apresentação de dados sobre pirataria e fraudes, fatores que impactam negativamente a arrecadação dessas entidades.
Panorama econômico
O cenário econômico brasileiro encontra-se marcado por uma contenção fiscal rigorosa, refletida nos cortes orçamentários que atingem diversos setores, incluindo as agências reguladoras. Em um contexto global de inflação controlada, juros ajustados e moderação no crescimento do PIB, o desafio fiscal interno ganha maior relevância para a sustentabilidade das políticas públicas e regulações setoriais. O encontro promovido pela Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo buscou alinhar interesses entre o Congresso e empresas privadas para defender o caixa das agências e garantir a continuidade das suas funções regulatórias essenciais.
Indicadores e análises
De acordo com representantes empresariais, a pirataria e fraudes cresceram continuamente no país, ocasionando perdas de receita que podem atingir até 20% para as empresas. Este cenário pressiona a necessidade de reforçar a fiscalização e a atuação das agências. Os projetos de lei 1374/25 e complementar 73/25 foram destacados como mecanismos para preservar os recursos das agências, proibindo cortes orçamentários nas partes custeadas por receitas próprias, como taxas de fiscalização da Aneel e multas da ANTT. Estes mecanismos são vistos como essenciais para blindar as agências do sucateamento e da instabilidade causada pela demora na nomeação de diretores.
“As propostas começam a ter uma ‘receptividade maior’ do governo”
(“The proposals are beginning to have a ‘greater receptivity’ from the government”)— Júlio Lopes, Deputado, Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo
Dados recentes indicam que o orçamento previsto para 2025 é significativamente inferior ao solicitado pelas agências para recomposição das perdas acumuladas, enquanto o Executivo utiliza anualmente mais de R$ 100 bilhões das arrecadações originadas de multas e royalties para compor o caixa geral da União.
Impactos e previsões
O enfraquecimento orçamentário das agências reguladoras pode comprometer a fiscalização eficiente e a regulação equilibrada de setores estratégicos como energia, telecomunicações, mineração e transportes. Especialistas do sistema regulatório avaliam que o governo, diante do aumento acelerado das despesas, tem recorrido a cortes nas agências para sustentar outros programas, gerando insegurança jurídica e impacto direto nos mercados regulados. As empresas privadas defendem que a estabilização do orçamento e a nomeação célere de dirigentes são medidas fundamentais para garantir o ambiente de negócios e a competitividade.
“O governo, diante do crescimento acelerado das despesas, estaria ‘desesperado’ por novas fontes de recursos e recorrendo a cortes no orçamento das agências para dar sustentabilidade a alguns programas”
(“The government, facing rapidly increasing expenses, would be ‘desperate’ for new sources of revenue and resorting to budget cuts in agencies to sustain some programs”)— Integrantes do sistema regulatório, anuentes ao encontro
A mobilização parlamentar e empresarial sinaliza esforços para reverter esta situação, com possibilidade de avanços legislativos que possam garantir maior segurança financeira para as agências reguladoras no médio prazo.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)