
São Paulo — InkDesign News — Em nova pesquisa, o British Antarctic Survey (BAS) revelou uma acentuada diminuição da população de pinguins imperadores na Antártica Ocidental, com um declínio de 22% entre 2009 e 2024, superando as projeções mais pessimistas.
Detalhes da missão
O estudo, publicado em 10 de junho na revista Nature Communications: Earth & Environment, utilizou imagens de satélite para mapear as colônias ao longo da Península Antártica, Mar de Weddell e Mar de Bellingshausen. A pesquisa constatou que, enquanto as estimativas anteriores indicavam um declínio global de 9,5% entre 2009 e 2018, a nova análise sugere uma tendência alarmante em direção à extinção dos pinguins imperadores até 2100.
Tecnologia e objetivos
O BAS utilizou tecnologia de imagens de satélite para detectar mudanças nas colônias de pinguins. Esta metodologia inovadora permitiu um monitoramento abrangente em regiões de difícil acesso. O cientista emeritus Phil Trathan afirmou:
“A única maneira de reverter a situação da população é estabilizar as emissões de gases de efeito estufa. Se não o fizermos, provavelmente teremos relativamente poucos pinguins imperadores restantes até o final deste século.”
(“The only way we’ll see a turnaround for the population is if we stabilize greenhouse gas emissions. If we don’t, we’ll probably have relatively few emperor penguins left by the turn of this century.”)— Phil Trathan, Cientista Emeritus, BAS
Próximos passos
A BAS planeja expandir sua pesquisa por meio de novos levantamentos de imagens em toda a Antártica, com o objetivo de entender melhor a taxa de declínio global dos pinguins imperadores. Segundo o cientista Peter Fretwell:
“Há bastante incerteza nesse tipo de trabalho e o que observamos na nova contagem não é necessariamente simbólico do restante do continente. Mas, se for, isso é preocupante porque o declínio é pior do que as projeções mais pessimistas que temos para os imperadores neste século.”
(“There’s quite a bit of uncertainty in this type of work and what we’ve seen in this new count isn’t necessarily symbolic of the rest of the continent. But if it is — that’s worrying because the decline is worse than the worst-case projections we have for emperors this century.”)— Peter Fretwell, Cientista, BAS
O impacto da mudança climática e da deterioração dos habitats de reprodução tem colocado os pinguins imperadores em uma situação crítica. A estabilidade do gelo marinho é essencial para o acasalamento e a criação dos filhotes, e a recente instabilidade em algumas áreas, atribuída ao aquecimento global, agrava ainda mais a crise. As futuras análises terão uma importância crucial na preservação desta espécie emblemática e no aprofundamento do conhecimento sobre os ecossistemas antárticos.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)