
São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores utilizam imagens de radar de satélite em combinação com inteligência artificial para monitorar a pesca ilegal, demonstrando a eficácia das áreas marinhas protegidas na preservação da biodiversidade oceânica. Um novo estudo revelou que 78,5% das 1.380 Áreas Marinhas Protegidas (AMPs) analisadas não tiveram atividade pesqueira comercial.
Detalhes da missão
O estudo foi conduzido por uma equipe de cientistas da National Geographic Pristine Seas, cujo trabalho se concentrou em rastrear atividades pesqueiras em áreas designadas como AMP. Os dados foram coletados utilizando imagens de satélite que monitoram trawlers em situação de “dark” (transponder desligado), e revelaram que, em mais de 82% das AMPs, a pesca ilegal foi detectada por menos de 24 horas ao longo do ano.
Tecnologia e objetivos
As imagens foram obtidas principalmente por satélites da Agência Espacial Europeia, equipados com radar de abertura sintética. Essa tecnologia permite uma cobertura extensa do oceano, enquanto algoritmos de inteligência artificial desenvolvidos pela Global Fishing Watch são usados para identificar embarcações maiores que 15 metros. “Com satélites de ponta e IA, estamos tornando a pesca ilegal visível e provando que as fortes proteções marinhas funcionam”, disse Juan Mayorga, coautor do estudo.
(“With cutting-edge satellites and AI, we’re making illegal fishing visible and proving that strong marine protections work.”)
— Juan Mayorga, Cientista, National Geographic Pristine Seas
Próximos passos
Os pesquisadores destacam a importância da combinação de dados com várias fontes, identificando áreas onde a pesca ilegal ainda persiste, como a Reserva Marinha de Chagos e o Parque Marinho da Grande Barreira de Coral. “Nenhum único conjunto de dados pode resolver o desafio de monitorar a atividade pesqueira no mar; cada um tem suas limitações”, menciona Mayorga. “Mas quando os combinamos, seu poder emerge.”
(“No single dataset can solve the challenge of monitoring fishing activity at sea; each has its blind spots.”)
— Juan Mayorga, Cientista, National Geographic Pristine Seas
Além disso, a pesquisa observa que o sistema de Identificação Automática (AIS) falhou em detectar 90% das atividades ilegais de pesca, sublinhando a necessidade de novas abordagens e tecnologias para proteger as áreas mais vulneráveis dos oceanos. O estudo foi publicado na revista Science em 24 de julho.
A combinação de imagens de satélite e IA não apenas melhora a vigilância das AMPs, mas também auxilia no cumprimento das metas internacionais, como a Framework Global de Biodiversidade, que pretende proteger 30% dos oceanos até 2030.
O avanço nas técnicas de monitoramento e proteção marinha representa um passo importante na exploração dos oceanos e na preservação da biodiversidade, um dos grandes desafios do século XXI.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)