
São Paulo — InkDesign News — A startup Rulebase, ex-aluna da Y Combinator, está focando em transformar a automação nos serviços financeiros, concentrando-se em tarefas administrativas, como a conformidade regulatória.
Financiamento
A startup, fundada por Gideon Ebose e Chidi Williams, dois engenheiros nigerianos que se conheceram em Londres, levantou recentemente uma rodada de pré-seed no valor de US$ 2,1 milhões, liderada pela Bowery Capital, com participação da Y Combinator, Commerce Ventures e Transpose Platform VC, além de vários investidores anjo.
Os serviços financeiros enfrentam desafios significativos relacionados ao atendimento ao cliente, resolução de disputas e conformidade regulatória. O software da Rulebase, descrito como um colega de trabalho, busca automatizar uma parte considerável desse trabalho manual. O agente de IA da empresa pode avaliar interações com clientes, sinalizar riscos regulatórios e acionar os seguimentos apropriados em ferramentas como Zendesk, Jira e Slack, mantendo o necessário controle humano.
“Nossa ferramenta ‘Coworker’ se integra a diversas plataformas e colabora com agentes humanos e equipes de back-office para gerenciar totalmente o ciclo de disputas enquanto economiza tempo, reduz erros e mantém a conformidade,”
— Chidi Williams, CTO, Rulebase
Modelo de negócios
A Rulebase está atualmente implantada em clientes como a plataforma de bancos comerciais dos EUA, Rho, e uma instituição financeira Fortune 50 não revelada. Os idealizadores, Ebose, ex-líder de produto na Microsoft, e Williams, ex-engenheiro na Goldman Sachs, desenvolveram vários produtos antes de focar na Rulebase, observando a ineficiência nas operações administrativas dentro das instituições financeiras, especialmente em fluxos de trabalho regulatórios.
A startup foca em fluxos de trabalho gerados por interações com o atendimento ao cliente, começando com a área de garantia de qualidade. Em instituições financeiras tradicionais, os analistas de QA normalmente revisam manualmente entre 3% a 5% das interações de suporte para garantir que os representantes sigam os protocolos de conformidade. No entanto, a Rulebase agora avalia 100% dessas interações, reduzindo custos em até 70%.
“Automatizamos fluxos de trabalho que começam com uma interação do cliente, áreas em que já somos muito bons em lidar de ponta a ponta,”
— Gideon Ebose, CEO, Rulebase
Próximos passos
O financiamento recente permitirá à startup dobrar sua capacidade em engenharia e adicionar novas funcionalidades ao seu Coworker de IA, como investigação de fraude, preparação de auditorias e relatório regulatório.
A Rulebase está focada, por enquanto, em serviços financeiros, uma vez que a automação exige precisão. “Você precisa entender as regras da MasterCard, cronogramas do CFPB. Essa profundidade de conhecimento setorial é nosso diferencial,” disse Ebose.
A empresa está mirando bancos comerciais, neobancos e emissores de cartões na África, Europa e EUA, embora o roadmap possa eventualmente incluir setores adjacentes como seguros, onde fluxos de trabalho semelhantes existem.
A receita está crescendo rapidamente, com um crescimento mensal de “dois dígitos” desde que ingressaram na rodada da Y Combinator no outono de 2024. O modelo de negócios da Rulebase é baseado em uso, cobrando por cada interação revisada ou fluxo de trabalho automatizado.
Como um dos poucos fundadores africanos a entrar na Y Combinator desenvolvendo ferramentas de IA, Ebose e Williams aconselham novos fundadores a pensarem globalmente desde o início, visando grandes oportunidades.
“Estamos em um momento onde equipes pequenas podem entregar mais valor, mais rapidamente, do que nunca. Portanto, limitar-se a ‘X para Y’ ou a um setor restrito parece uma oportunidade perdida,” afirmou Williams.
Fonte: (TechCrunch )