
São Paulo — InkDesign News — A fintech britânica Revolut, que está expandindo suas operações para a Índia, destaca que os pagamentos transfronteiriços são um dos serviços financeiros menos atendidos no país. Estima-se que os indianos gastem aproximadamente US$ 30 bilhões no exterior anualmente, incorrendo em cerca de US$ 600 milhões em taxas bancárias, que a CEO da Revolut na Índia, Paroma Chatterjee, considera “criminais”.
Rodada de investimento
Desde 2021, a Revolut trabalha para sua entrada no mercado indiano, com foco nas lacunas nos serviços de câmbio e pagamentos tradicionais. Em 2022, a fintech adquiriu a Arvog Forex para obter uma licença e oferecer serviços de remessas e contas multi-moeda na Índia. Recentemente, em abril, recebeu uma licença de instrumento de pagamento pré-pago do Banco da Reserva da Índia, permitindo a emissão de cartões pré-pagos e a integração com a Unified Payments Interface (UPI) apoiada pelo governo.
“Tem sido a reserva dos bancos. Você vai ao seu banco para pegar moeda estrangeira ou um cartão de viagem emitido pelo seu banco quando viaja … há cobranças enormes que têm sido aplicadas a isso.”
— Paroma Chatterjee, CEO da Revolut Índia
API e integração
Com as aprovações regulatórias, a Revolut planeja desafiar os bancos tradicionais na Índia e competir com outros players de fintech. A empresa mira mais de 150 milhões de indianos “globalmente aspirantes e digitalmente nativos” na faixa etária de 25 a 45 anos, com planos de integrar cerca de 20 milhões de usuários até 2030 e processar transações de pelo menos US$ 7 bilhões.
“Essas aprovações regulatórias nos permitem oferecer uma experiência mais diferenciada do que os players que dependem de parcerias bancárias. Podemos oferecer o tipo de experiência ao cliente que queremos entregar.”
— Paroma Chatterjee, CEO da Revolut Índia
Regulação
A Revolut oferecerá aos consumidores indianos uma carteira pré-paga com suporte a UPI, além de cartões Visa nacionais e internacionais multi-moeda. A fintech também introduzirá contas dedicadas para crianças e adolescentes vinculadas aos perfis dos pais, além de ferramentas de orçamento que oferecem insights sobre hábitos de consumo.
A empresa já conta com uma lista de espera de mais de 350.000 pessoas na Índia, que pretende integrar até o final deste ano, dependendo da agilidade na conclusão de verificações de KYC e de lavagem de dinheiro. A Revolut já investiu US$ 45 milhões na Índia, iniciando operações e localizando sua estrutura tecnológica para atender às regulamentações de soberania de dados do país.
Com 3.500 funcionários na Índia, sua maior força de trabalho global, a Revolut está posicionada para concorrer em um mercado que já possui competidores estabelecidos, como Niyo e Scapia.
Os próximos passos incluem a continuação da expansão, lançamentos de novos serviços e parcerias com outras redes de pagamento, como o sistema RuPay do governo indiano.
Fonte: (TechCrunch – Fintech & Pagamentos)