RepAir Carbon desenvolve máquinas de remoção de carbono para economia-verde

Berlim — InkDesign News —
A busca por soluções em sustentabilidade ganha impulso com tecnologias que prometem reduzir os custos de captura direta de carbono atmosférico. A startup israelense RepAir Carbon desenvolve um sistema inspirado em baterias para tornar mais viável a retirada de CO₂ do ar, potencialmente ampliando o uso de energia renovável e impactando a geração de emissões.
Tecnologia renovável
A tecnologia de captura direta de carbono vem evoluindo para integrar processos menos dependentes de calor, utilizando eletricidade para conduzir reações químicas. A abordagem da RepAir Carbon usa um dispositivo que opera entre dois eletrodos separados por uma membrana, funcionando de forma semelhante a uma bateria ou célula de combustível. Isso representa um avanço em relação aos sistemas tradicionais que dependem de solventes aquecidos para liberar o CO₂ capturado.
“O dispositivo é mais parecido com uma célula de combustível, mas operado mais como uma bateria.”
(“The device is ‘more like a fuel cell, but operated more like a battery,’)— Amir Shiner, Cofundador e CEO, RepAir Carbon
Enquanto abordagens convencionais têm custo estimado em torno de 600 dólares por tonelada métrica de carbono capturado, a tecnologia da RepAir projeta reduzir os custos para cerca de 70 a 80 dólares, questão relevante para ampliar investimentos em sustentabilidade.
Redução de CO₂
O processo da RepAir extrai íons carbonato e bicarbonato de dióxido de carbono com carga elétrica negativa, que são atraídos por outro eletrodo de carga positiva, onde o CO₂ é liberado para captura, enquanto o hidróxido é regenerado no sistema. Essa operação reversível permite regeneração simultânea ao trabalho, eliminando paradas e agregando eficiência ao processo, fator essencial para captação contínua em instalações de grande escala.
“Regeneramos enquanto trabalhamos.”
(“We regenerate while working.”)— Amir Shiner, Cofundador e CEO, RepAir Carbon
Essa característica pode reduzir a necessidade de múltiplos módulos para compensar o tempo de regeneração, influenciando positivamente a capacidade instalada e o impacto ambiental ao permitir que unidades existentes processem mais carbono.
Casos de uso
A tecnologia da RepAir é versátil, podendo ser aplicada tanto na captura direta do ar atmosférico quanto em fluxos de exaustão de usinas e centros de dados. Atualmente, a empresa avança na negociação para incorporar seu sistema em turbinas a gás para reduzir emissões em data centers, setores críticos dado o aumento da demanda por energia associada ao crescimento de tecnologias digitais.
“Ainda é cedo, mas estamos trabalhando nisso e há um forte interesse vindo dessa área específica.”
(“It’s early, but it’s something we’re working on and we have strong interest coming from that specific area.”)— Amir Shiner, Cofundador e CEO, RepAir Carbon
O investimento recente de 15 milhões de dólares na rodada de extensão Série A reforça a aposta em tecnologias de captura de carbono, com participação de fundos focados em sustentabilidade e inovação, além do aporte público pelo Israel Innovation Authority, evidenciando o alinhamento entre setores privado e governo em inovação verde.
Os impactos futuros desse avanço podem incluir contribuições significativas para estratégias de neutralização das emissões de gases do efeito estufa, alinhando-se a políticas globais de energia renovável e redução de carbono, fator chave para mitigação das mudanças climáticas.
Fonte: (TechCrunch – Climate / GreenTech)