Bragança — InkDesign News — Na Vila dos Pescadores de Ajuruteua, no nordeste do Pará, o projeto Alfamangue promove uma inovação pedagógica ao integrar o ecossistema manguezal ao currículo escolar para crianças e adolescentes, buscando fortalecer a alfabetização na comunidade.
Contexto educacional
A Vila dos Pescadores de Ajuruteua enfrenta desafios significativos na educação, com a ausência de uma escola na localidade obrigando os alunos a se deslocarem para a Vila do Bonifácio. Isso, muitas vezes, é inviável devido às marés, resultando em altas taxas de evasão escolar. A professora Pâmela Gonsalves, que lidera o projeto Alfamangue, observa que muitos jovens enfrentam dificuldades significativas em leitura e escrita, evidenciando a necessidade de intervenções no processo educacional local.
Políticas e iniciativas
O projeto Alfamangue faz parte do mais amplo programa Mangues da Amazônia, que visa não apenas a educação, mas também a preservação ambiental e o reflorestamento. Com a participação de cerca de 1,6 mil crianças na área, as aulas ocorrem em contraturno e fins de semana, associando aprendizado à vivência diária dos alunos, relacionadas ao manguezal. “O que a gente faz aqui é com que eles identifiquem o espaço deles a partir da leitura. Explicamos, não pela escrita em si, mas pela fala, pelos desenhos, por jogos”, explica a professora Gonsalves.
(“What we do here is help them identify their space through reading. We explain, not by writing itself, but through speech, drawing, and games.”)— Pâmela Gonsalves, Professora alfabetizadora
Desafios e perspectivas
Entre os obstáculos enfrentados pela Vila dos Pescadores, destacam-se questões de infraestrutura e a desigualdade no acesso à educação. O deslocamento para escolas distantes frequentemente se torna um impedimento à aprendizagem, principalmente em situações de maré alta. “Elas têm dificuldade na escrita porque elas não vão muito para escola por causa da maré”, afirma Gonsalves, evidenciando as barreiras geográficas que impactam o desempenho educacional. Contudo, com projetos como o Alfamangue, a perspectiva é de que a alfabetização não apenas transforme a realidade individual, mas também fortaleça a comunidade através da educação ambiental.
Com a intenção de criar um ciclo positivo, a iniciativa espera conectar os jovens a suas identidades culturais e ambientais, promovendo a compreensão crítica do mundo ao seu redor e, assim, maximizar o impacto social e educacional na região.
Fonte: (Agência Brasil – Educação)
