Presidente do INSS afirma que descontos suspensos exigem novo modelo do governo

Brasília — InkDesign News —
Em entrevista concedida em 5 de junho, o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, afirmou que os descontos de mensalidades associativas nas folhas de pagamento de benefícios previdenciários permanecem suspensos por prazos indeterminados, por decisões judiciais, administrativas e determinações presidenciais.
Contexto político
A suspensão ocorre no contexto de uma investigação que revelou uma fraude estimada em R$ 6,3 bilhões envolvendo descontos indevidos de mensalidades na conta de segurados do INSS. A operação, deflagrada pela Controladoria-Geral da União (CGU) e Polícia Federal (PF) em abril, expôs um esquema nacional em que instituições sem estrutura operacional cobravam mensalidades não autorizadas. O episódio levou ao afastamento do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e à renúncia do ministro da Previdência, Carlos Lupi. A atual gestão do INSS propõe um novo modelo, com recomendação de órgãos de controle para adoção de ferramentas como biometria facial e fiscalização rigorosa das instituições autorizadas.
Reações e debates
Gilberto Waller destacou:
“Temos que pensar em um modelo diferente. Tem que se pensar, conforme orientações dos órgãos de controle, a questão da biometria facial.”
— Gilberto Waller Júnior, presidente do INSS
Ele ressaltou ainda a necessidade de visitas às instituições que oferecem serviços vinculados aos descontos associativos, visando verificar a existência e capacidade operacional dessas entidades. Em reação, órgãos de controle demonstraram preocupação com a ausência de mecanismos contra fraudes eficazes no INSS, acarretando crescente pressão política e demandas por transparência.
Desdobramentos e desafios
O projeto de saneamento do instituto passa pela reformulação da autorização para descontos em folha. Além das medidas administrativas, há articulação para instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para aprofundar as investigações, como noticiado pela oposição no Congresso. O desafio central está em recuperar a confiança dos segurados e garantir que os benefícios não sejam onerados por cobranças inválidas, preservando recursos públicos e direitos previdenciários adquiridos.
Esta conjuntura coloca o INSS diante da necessidade de integrar tecnologia à fiscalização, aprimorar a governança e promover a transparência em suas operações para impedir novas fraudes e prejuízos aos beneficiários.
Fonte: (CNN Brasil – Política)