
Presidente Prudente, São Paulo — InkDesign News — A Polícia Federal deflagrou, em 14 de junho de 2024, a segunda fase da operação Sem Desconto, que investiga fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação, realizada em Presidente Prudente, interior paulista, mira um casal de empresários suspeitos de participação em um esquema de desvio de recursos de contracheques de aposentados e pensionistas.
Contexto político
O escândalo que envolve o INSS tem ganhado repercussão desde as primeiras fases da operação Sem Desconto, desencadeada pela Polícia Federal para desbaratar fraudes que atingem diretamente recursos da Previdência Social. A investigação identificou a atuação de um operador financeiro ligado à Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), suspeito de movimentar grandes somas desviadas do Fundo do Regime Geral de Previdência Social (FRGPS). Entre 01/01/2021 e 29/09/2022, mais de R$ 100 milhões foram transferidos ao presidente da associação, com parte significativa dos valores passando para o casal de empresários. O histórico da investigação indica um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro envolvendo repetidas movimentações financeiras entre as partes.
Reações e debates
Líderes do setor previdenciário e parlamentares acompanham o desenrolar da operação com atenção, destacando a necessidade de rigor na apuração e punição dos envolvidos para resguardar os fundos dos aposentados. A Polícia Federal ressaltou o caráter suspeito das movimentações financeiras de valores superiores a R$ 800 mil, incluindo transferências de volta ao remetente, sinalizando possível lavagem de dinheiro com o propósito de ocultar a origem ilícita.
“Esse movimento de recursos de volta ao remetente sugere um possível ciclo de lavagem de dinheiro, no qual os valores recebidos podem estar sendo redirecionados para camuflar a verdadeira origem dos recursos. Esse comportamento, somado às ligações com associações de aposentados envolvidas em fraudes e com movimentações suspeitas de grandes quantias, reforça as suspeitas de irregularidades financeiras e desvios de dinheiro.”
— Polícia Federal
A Conafer foi procurada para se manifestar, mas não houve retorno até o momento.
Desdobramentos e desafios
A nova fase da operação inclui o bloqueio de bens e a apreensão de documentos para aprofundar a análise das operações financeiras dos suspeitos. A expectativa da Polícia Federal é que a investigação revele ainda mais evidências sobre o esquema e seus participantes, possibilitando a responsabilização criminal e a recuperação dos recursos desviados. Além do combate à fraude, o caso reforça o desafio de aumentar a segurança e a transparência na administração dos fundos previdenciários, imprescindíveis para a proteção dos direitos dos aposentados.
“A investigação terá mais elementos sobre essa parte ao preservar o patrimônio do operador e apreender documentos.”
— Polícia Federal
A continuidade das investigações pode desencadear novas operações e impactar reformas na governança do INSS.
Em síntese, a apuração conduzida pela Polícia Federal sobre as fraudes bilionárias no INSS evidencia a complexidade dos crimes financeiros envolvendo entidades rurais e associações de aposentados, além de destacar a necessidade urgente de medidas estruturais para prevenir desvios e garantir a integridade do sistema previdenciário brasileiro.
Fonte: (CNN Brasil – Política)