
Houston — InkDesign News — A Petrobras realizou três reduções nos preços do diesel vendidos às distribuidoras desde 1º de abril, somando um corte total de 45 centavos por litro; entretanto, essas quedas não refletem na ponta, em meio a ajustes das margens pelas distribuidoras e revendedoras, explicou a presidente da petroleira, Magda Chambriard, em coletiva nesta terça-feira.
Panorama econômico
O cenário global vem sendo impactado por recentes oscilações no preço do barril de petróleo Brent, que sofreu um recuo significativo no último mês. Este movimento internacional influenciou diretamente a política de preços da Petrobras, que adotou sucessivos descontos no valor do diesel fornecido às distribuidoras em suas refinarias. Paralelamente, o país enfrenta um contexto macroeconômico marcado por pressões inflacionárias e decisões de política monetária que tentam controlar a alta dos juros e seus efeitos sobre o crescimento do PIB.
Indicadores e análises
Desde 1º de abril, a Petrobras aplicou três reduções que totalizam R$ 0,45 por litro no preço médio do diesel vendido às distribuidoras. Contudo, segundo Magda Chambriard, “quando a gente aumenta o preço de um combustível, esse aumento vai para a ponta imediatamente. Quando a gente reduz o preço do combustível, raramente ele chega na ponta e, quando chega, não chega a 100%”
(“when we increase the price of a fuel, this increase goes immediately to the end consumer. When we reduce the price of fuel, it rarely reaches the end consumer, and when it does, it doesn’t reach 100%”)
Ela acrescenta que a recente queda nos preços dos postos foi inferior à metade da primeira redução aplicada em abril, evidenciando que as margens das distribuidoras e revendedoras estão sendo ampliadas, não as da Petrobras.
“O que a gente tem visto, no frigir dos ovos, é aumento de margem… não da nossa, (mas) das distribuidoras e da revenda.”
(“What we have seen, at the end of the day, is an increase in margin… not ours, but those of distributors and retailers.”)— Magda Chambriard, Presidente da Petrobras
Chambriard ressaltou que a venda da BR Distribuidora (atualmente Vibra Energia) pela Petrobras resultou na perda de um instrumento importante de controle sobre o mercado final.
Impactos e previsões
Para o consumidor final, a não transferência integral das reduções praticadas pela Petrobras implica em maiores desembolsos no combustível, afetando o custo do transporte e, potencialmente, a inflação geral. No setor industrial, isto pode repercutir em aumento dos custos logísticos e pressão sobre os preços finais dos produtos. Especialistas apontam que, enquanto a cadeia distributiva aproveita para ampliar suas margens, a competitividade no mercado pode ser questionada, gerando incertezas para projeções econômicas.
“Quando se vendeu a BR, a gente também perdeu esse instrumento de controle.”
(“When BR was sold, we also lost this control instrument.”)— Magda Chambriard, Presidente da Petrobras
As expectativas para o mercado indicam volatilidade nos preços dos combustíveis no curto prazo, com possível manutenção das margens elevadas nas distribuidoras, a menos que intervenções regulatórias ou mudanças nas condições do mercado alterem esse equilíbrio.
O próximo foco será observar os desdobramentos nas políticas de preços e possíveis ações do governo para garantir maior transparência e competitividade na cadeia de distribuição de combustíveis.
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Fonte: (CNN Brasil – Economia)