
Brasília — InkDesign News — O Ministério da Saúde confirmou a existência de ao menos 113 registros de intoxicação por metanol, com 11 casos confirmados e 102 em investigação, evidenciando a gravidade da adulteração nas bebidas alcoólicas.
Contexto e objetivos
A adulteração de bebidas alcoólicas por metanol representa um risco significativo à saúde pública. O metanol, substância tóxica, pode levar à morte em quantidades mínimas. O objetivo deste estudo é aprimorar a detecção do metanol em bebidas para evitar intoxicações, visando proteger consumidores, especialmente em contextos de crise de segurança alimentar.
Metodologia e resultados
O Laboratório Multiusuário de Ressonância Magnética Nuclear da Universidade Federal do Paraná (UFPR) disponibilizou um método de análise eficiente. A técnica utiliza ressonância magnética, onde a amostra líquida, mesmo em pequenas quantidades (0,5 mililitros), é analisada rapidamente. O professor Kahlil Salome afirmou que “A gente consegue analisar uma amostra a cada cinco minutos”
(“We can analyze a sample every five minutes”).
O método oferece resultados precisos, mesmo em bebidas que contenham corantes ou frutas. Em paralelo, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) desenvolveu um método patenteado que transformava metanol em formol, com detecção em 15 minutos. Esses métodos têm mostrado eficácia na identificação da presença de metanol em produtos usados por empresas privadas e instituições governamentais.
Implicações para a saúde pública
A crescente demanda por testes de detecção reflete a urgência do problema. O químico Arilson Onésio Ferreira, da Universidade de Brasília (UnB), destacou que “O projeto surgiu na UnB com um foco específico em trabalhar em combate às fraudes por metanol em combustíveis”
(“The project emerged at UnB with a specific focus on combating methanol fraud in fuels”). Com a criação de kits para teste, o acesso a essas análises se torna mais amplo, beneficiando a população e evitando intoxicações devido ao consumo de bebidas adulteradas. No entanto, a detecção do metanol é desafiada pela diversidade de formulações e potencial para testes falso-positivos.
As iniciativas, além de resolver problemas imediatos, visam reestabelecer a confiança pública nas universidades, que enfrentam descredibilidade em tempos recentes. Especialistas recomendam atenção redobrada ao adquirir bebidas alcoólicas, especialmente em momentos críticos de contaminação.
O aumento dos registros de intoxicação por metanol levanta a necessidade de políticas públicas que integrem investigações rigorosas e educação sobre a segurança no consumo de bebidas alcoólicas. Espera-se que, com o apoio das universidades, ações preventivas se intensifiquem, visando a proteção da saúde coletiva.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)