
Las Cruces, Novo México — InkDesign News — Novos estudos liderados por pesquisadores da New Mexico State University indicam que os últimos dinossauros do sul da América do Norte prosperavam até serem abruptamente extintos pelo impacto de um asteroide há cerca de 66 milhões de anos, segundo artigo publicado na Science em 23 de outubro.
O Contexto da Pesquisa
Há décadas, cientistas debatem se os dinossauros já enfrentavam um declínio populacional ao final do período Cretáceo ou se foram extintos subitamente por uma catástrofe inesperada. Pesquisas anteriores, baseadas em fósseis do norte dos Estados Unidos, levantaram dúvidas sobre a vitalidade dessas populações nos momentos que antecederam o chamado Limite Cretáceo-Paleogeno (K-Pg). A carência de dados de outras localidades, como o Novo México, dificultava uma avaliação mais abrangente sobre o fim desse grupo animal.
Resultados e Metodologia
O estudo investigou fósseis do Naashoibito Member, no Novo México, ecossistema que abrigava dinossauros como o saurópode Alamosaurus, além de tiranossauros carnívoros, ceratopsídeos e dinossauros de bico de pato. Para datar essas rochas, os cientistas utilizaram dois métodos independentes: análise por decaimento radioativo do argônio e estudos de paleomagnetismo, baseando-se nas inversões periódicas do campo magnético terrestre.
Os resultados apontaram que esses dinossauros viveram entre 66,4 e 66 milhões de anos atrás, poucos milhares de anos antes do impacto do asteroide de Chicxulub — evento responsável pela extinção de aproximadamente 75% das espécies da Terra. Segundo o professor Andrew Flynn, coordenador do projeto:
“Pelo menos antes do evento de extinção em massa, eles parecem estar prosperando.”
(“At least before the mass extinction event, they appear to be thriving.”)— Andrew Flynn, Professor Assistente, Universidade Estadual do Novo México
A equipe ainda observou que a fauna de dinossauros no Novo México era diversa, sugerindo que o oeste da América do Norte comportava nichos ecológicos diferenciados. O método reforçou estimativas de que a biodiversidade do período Maastricthiano era alta, embora inferior à do estágio Campaniano, ápice da diversificação dos dinossauros no continente.
Implicações e Próximos Passos
A pesquisa contribui para esclarecer que a extinção dos dinossauros foi abrupta e não resultado de declínio prolongado. Segundo especialistas, ainda restam dúvidas quanto ao padrão desse fenômeno em outras regiões do planeta. Em artigo de opinião publicado concomitantemente na Science, Lindsay Zanno, da Universidade Estadual da Carolina do Norte, destaca:
“As estimativas atuais de biodiversidade no Maastrichtiano ainda são maiores do que as da maioria das outras idades do Cretáceo Superior.”
(“Current estimates of Maastrichtian biodiversity are still higher than those for most other Late Cretaceous ages.”)— Lindsay Zanno, Paleontóloga, Universidade Estadual da Carolina do Norte
Flynn ressalta a importância de se investigar localidades menos estudadas para compreender padrões de extinção em escala global e regional.
O avanço desses trabalhos pode estimular novos estudos com diferentes métodos de datação e ampliar o conhecimento sobre outros ecossistemas do fim do Cretáceo. Pesquisadores indicam que entender os fatores que antecederam a extinção pode lançar luz sobre a ascensão dos mamíferos após este evento, além de aprimorar modelos de impactos catastróficos na história da vida.
Fonte: (Live Science – Ciência)