
Brasília — InkDesign News — Um novo olhar científico esclarece por que a halitose — ou mau hálito — persiste em muitos pacientes, mesmo após a escovação regular dos dentes. A pesquisa, baseada em pareceres de cirurgiões e especialistas dos Estados Unidos, destaca que práticas negligenciadas como a falta de uso do fio dental e a higienização da língua estão entre os principais fatores por trás do problema, impactando milhões de pessoas.
O Contexto da Pesquisa
Estudos anteriores já associavam o mau hálito à higiene oral deficiente, mas a nova análise detalha motivos além da simples escovação. Dr. Jaclyn Tomsic, cirurgiã oral e especialista em saúde bucal, alerta que “um dos motivos mais simples e negligenciados para o mau hálito é pular o fio dental” (“one of the simplest and most overlooked reasons for bad breath is skipping flossing”). Segundo ela, resíduos alimentares entre os dentes podem se decompor em poucos dias, provocando odores desagradáveis.
Resultados e Metodologia
O consenso entre especialistas aponta que muitas áreas da boca ficam intactas com a escovação apenas. O fio dental alcança regiões onde a escova não chega. Além disso, a proliferação de bactérias produtoras de enxofre na língua e garganta contribui para a formação dos compostos responsáveis pelo odor similar a ovos podres.
“Bactérias produtoras de enxofre prosperam na superfície da língua e na parte de trás da garganta”
(“Sulfur-producing bacteria thrive on the surface of the tongue and in the back of the throat”)— Dr. Fatima Khan, Dentista, Riven Oral Care
Outro fator ressaltado é a boca seca, agravada pelo uso de medicamentos como anti-histamínicos e pelo consumo frequente de café: “A cafeína reduz a produção de saliva por até duas horas após a ingestão”, impactando o combate às bactérias.
Além desses fatores, a alimentação (especialmente alimentos como alho e cebola), tabagismo, doenças periodontais e condições sistêmicas, como diabetes, também podem estar envolvidos. Sinusite com gotejamento pós-nasal e refluxo gástrico são apontados como causas extraorais comuns.
“A inflamação ou infecção nas gengivas cria bolsas onde as bactérias vivem e crescem, causando mau hálito.”
(“Inflammation or infection in the gums creates pockets where bacteria live and grow, and causes bad breath.”)— Dr. Jenna Chimon, Dentista, Long Island Veneers
Implicações e Próximos Passos
A análise aponta a necessidade de uma rotina de higiene bucal ampla, incluindo fio dental e raspagem da língua. Medidas como o aumento da hidratação, redução no consumo de café, e o uso de enxaguante de água morna com sal podem auxiliar. Para além dos cuidados caseiros, é ressaltado que casos persistentes exigem investigação médica para descartar causas sistêmicas.
O entendimento aprofundado dos múltiplos fatores da halitose pode direcionar novos protocolos clínicos, com impacto direto na saúde pública. Especialistas sugerem que pesquisas futuras abordem a eficácia de intervenções integradas e preventivas, incluindo terapias probióticas e tecnologias de diagnóstico precoce do mau hálito.
Ao expandir a compreensão científica do mau hálito além dos métodos tradicionais, a odontologia preventiva pode oferecer soluções mais eficazes, promovendo saúde oral integral e reduzindo o estigma social associado a este problema.
Fonte: (Live Science – Ciência)