
Brasília — InkDesign News — Pesquisadores destacam que o vínculo entre humanos e gatos é fortalecido por processos neuroquímicos, especialmente o hormônio oxitocina, de acordo com estudos recentes publicados em 2021 e 2025. A descoberta traz novas perspectivas sobre o papel social e emocional dos felinos na vida moderna.
O Contexto da Pesquisa
A compreensão do papel da oxitocina — conhecida como “hormônio do amor” — em relações sociais já é consolidada em estudos sobre mães e filhos e, mais notoriamente, na conexão entre cães e humanos. Contudo, a influência dessa neuroquímica no relacionamento com gatos permanecia pouco estudada. Pesquisas anteriores enfatizavam que interações amistosas, como carinhos e contato visual, induziam a liberação do hormônio em cães e seus donos, alimentando o ciclo de confiança e apego mútuo.
“No mundo animal, a oxitocina é central para o vínculo social, a confiança e o controle do estresse. Estudos mostram que ela participa do elo que sentimos por nossos animais de estimação.”
(“In the animal world, oxytocin is central to social bonding, trust, and stress regulation. Studies show it’s involved in the bonds we feel with our pets.”)— Pesquisador da Nature, Universidade de Tóquio
Resultados e Metodologia
Pesquisadores japoneses, em 2021, avaliaram donos de gatos durante breves interações com seus felinos, medindo indicadores hormonais na saliva dos voluntários. Descobriram que o contato afetivo — como afagos e conversar em tom suave — elevava significativamente os níveis de oxitocina, enquanto períodos de repouso sem o animal não apresentavam o mesmo efeito. Em um estudo posterior, publicado em fevereiro de 2025, sessões de quinze minutos de brincadeiras e carícias resultaram em aumento na oxitocina tanto dos donos quanto dos gatos, desde que as interações fossem espontâneas e respeitassem o conforto do animal.
“Os gatos mostraram aumento na oxitocina quando buscavam o contato; forçar a interação produziu efeito oposto, especialmente em felinos ansiosos ou reservados.”
(“Cats showed increased oxytocin when they sought contact; forcing interaction had the opposite effect, especially in anxious or aloof felines.”)— Koichiro Nagasawa, Neurocientista, Universidade Azabu
Outro achado refere-se ao comportamento do gato: sinais discretos como o “piscar lento” funcionam como uma espécie de sorriso felino, sinalizando confiança. Além disso, o ronronar foi associado à redução da frequência cardíaca e pressão arterial dos humanos, resultado mediado pela oxitocina, conforme diversos estudos revisados.
Implicações e Próximos Passos
Embora cães mostrem respostas de oxitocina mais intensas — com aumento aproximado de 57% após dez minutos de interação, contra 12% em gatos —, evidências crescentes sustentam que os felinos desenvolvem laços tão significativos quanto, ainda que de forma mais sutil e condicionada ao respeito da vontade do animal.
Os dados sugerem que o convívio diário com gatos pode ser um amortecedor biológico contra o estresse, ansiedade e até sintomas depressivos, aproximando o conforto emocional fornecido por felinos ao proporcionado por relações humanas. Pesquisas futuras devem explorar estratégias de fortalecimento desses laços, destacando o respeito ao espaço e à individualidade de cada animal como condição essencial.
Perspectivas emergentes apontam que, ao entendermos melhor o funcionamento neuroquímico dos vínculos com gatos, poderemos avançar em abordagens de bem-estar, saúde mental e integração dos pets à vida urbana.
Fonte: (Live Science – Ciência)