
Minneapolis — InkDesign News — Pesquisadores da Universidade de Minnesota apresentaram, em estudo publicado em setembro de 2025, uma inovadora estrutura biomédica capaz de induzir recuperação funcional significativa em ratos com lesão medular total. A pesquisa representa um passo promissor rumo à superação dos desafios históricos na regeneração de lesões na medula espinhal.
O Contexto da Pesquisa
Estima-se que entre 255 mil e 383 mil pessoas vivam com lesão medular nos Estados Unidos, patologia caracterizada pela morte de neurônios e incapacidade regenerativa, impedindo a reconexão das fibras nervosas. Atualmente, ainda não existem tratamentos eficazes para reverter a paralisia causada por esse tipo de lesão. Os resultados do novo estudo, publicados no periódico Advanced Healthcare Materials, apontam avanços sustentados pelo campo da medicina regenerativa.
Resultados e Metodologia
O grupo de pesquisa desenvolveu um scaffold — uma espécie de arcabouço microscópico — fabricado por impressão 3D, com minúsculos canais direcionadores do crescimento celular. Esses canais foram povoados com células progenitoras neurais da medula espinhal (sNPCs), aptas a multiplicar-se e diferenciar-se em diversos tipos de células do sistema nervoso. Transplantados em ratos com lesões transectadas, os scaffolds permitiram o crescimento orientado de novas fibras nervosas e a reconexão com neurônios previamente existentes. Segundo o engenheiro mecânico Guebum Han, pesquisador principal:
“Utilizamos os canais impressos em 3D para direcionar o crescimento das células-tronco, garantindo que as novas fibras nervosas cresçam da maneira desejada. Esse método cria um sistema de retransmissão que, quando implantado na medula espinhal, contorna a área danificada.”
(“We use the 3D-printed channels of the scaffold to direct the growth of the stem cells, which ensures the new nerve fibers grow in the desired way. This method creates a relay system that when placed in the spinal cord, bypasses the damaged area.”)— Guebum Han, engenheiro mecânico, Intel Corporation
Observou-se, com o tempo, a integração dessas novas células ao tecido espinhal original dos animais, promovendo significativa recuperação motora.
Implicações e Próximos Passos
Apesar de o experimento ainda estar restrito a modelos animais, a técnica sugere perspectiva inovadora para o tratamento das sequelas graves relacionadas à lesão medular. A neurocirurgiã Ann Parr, coautora, ressalta:
“A medicina regenerativa inaugurou uma nova era nas pesquisas sobre lesão medular. Nosso laboratório está entusiasmado em explorar o potencial futuro dos nossos ‘mini cordões espinhais’ para aplicação clínica.”
(“Regenerative medicine has brought about a new era in spinal cord injury research. Our laboratory is excited to explore the future potential of our ‘mini spinal cords’ for clinical translation.”)— Ann Parr, neurocirurgiã, Universidade de Minnesota
Os autores alertam que a tradução desses resultados para humanos permanece distante, embora o avanço sugira novas abordagens para restaurar funções neuromotoras até então consideradas irreversíveis.
O prosseguimento dos estudos deverá envolver testes em outras espécies, aprimoramentos nos materiais e avaliações de longo prazo da integração e funcionalidade dessas células. Especialistas preveem intensificação das pesquisas translacionais, aproximando a ciência do objetivo final de reverter paralisia decorrente de lesões severas da medula espinhal.
Fonte: (Popular Science – Ciência)