
Brasília — InkDesign News — Cientistas estudam estratégias para evitar que o asteroide 2024 YR4, recém-descoberto, colida com a Lua em 2032, incluindo a possibilidade de lançar uma arma nuclear. A pesquisa, publicada no final de setembro em um servidor de pré-impressão, alerta para riscos inéditos diante desse cenário, considerado uma ameaça tangível à órbita terrestre.
O Contexto da Pesquisa
O asteroide 2024 YR4 ganhou destaque internacional logo após sua descoberta, em dezembro de 2024, ao ser avaliado como potencial ameaça, com chance inicial de impactar a Terra em 2032. Segundo estimativas preliminares, seu risco de colisão chegou a 3,1%, uma taxa considerada elevada para corpos desse porte — 55 metros de diâmetro, suficiente para destruir uma cidade. Observações subsequentes, entretanto, dissiparam temores imediatos, estabelecendo como improvável a passagem próxima à Terra, com chance inferior a 0,28% até fevereiro de 2025.
No entanto, novos cálculos indicam possibilidade de impacto na Lua em 2032, com cerca de 4% de probabilidade, fato que levanta preocupações inéditas entre especialistas.
Resultados e Metodologia
Especialistas avaliam que, caso o asteroide atinja a superfície lunar, haverá ejeção significativa de rególito — a camada de poeira e fragmentos rochosos da Lua — elevando o fluxo de micrometeoritos em órbita terrestre a até mil vezes acima dos níveis usuais. Tal cenário representa riscos relevantes à Estação Espacial Internacional e a satélites ativos em órbita baixa, sobretudo se a estação permanecer ativa após 2031.
O estudo, divulgado em 15 de setembro de 2025, destaca a complexidade de intervenções nesse contexto. Tentativas de desviar o asteroide, como a missões inspiradas no projeto DART da NASA, levantam incertezas sobre a massa do objeto e riscos de direcionamento acidental à Terra.
“A tentativa de desvio do 2024 YR4 parece impraticável (‘any attempt at deflecting 2024 YR4 would ‘appear impractical’) devido às restrições atuais de conhecimento e da janela limitada de observação.”
(‘any attempt at deflecting 2024 YR4 would ‘appear impractical’ because of constraints such as not knowing the object’s mass — and having a very limited window to study the object further before its close flyby in 2032.’)— Pesquisadores, pré-publicação Arxiv
Com alternativas limitadas, o estudo sugere que uma explosão nuclear poderia fragmentar o asteroide antes da aproximação lunar. Embora a técnica nunca tenha sido testada em condições espaciais reais, os autores indicam que o tempo disponível para preparar uma missão desse tipo seria curto, entre 2029 e 2031.
“O cenário oferece oportunidade inédita para avançar no desenvolvimento de espaçonaves de defesa planetária.”
(‘this situation as an opportunity to further research asteroid-smashing spacecraft.’)— Pesquisadores, pré-publicação Arxiv
Implicações e Próximos Passos
Apesar de a probabilidade majoritária ser de que o 2024 YR4 “passe sem incidentes” (“there’s still a 96% chance that the asteroid breezes by the moon with no issues”), o episódio motiva a comunidade científica a acelerar o entendimento e desenvolvimento de tecnologias para mitigação de impactos de asteroides próximos. O estudo propõe que pesquisadores estimem prazos de construção de sondas e elaborem novos modelos de espaçonaves de defesa, antecipando possíveis ameaças futuras a zonas habitadas.
No horizonte científico, o caso do asteroide 2024 YR4 marca um ponto crítico na discussão sobre defesa planetária, evidenciando a necessidade de protocolos para decisões rápidas diante de riscos espaciais. A preparação de missões inovadoras, aliada ao monitoramento preciso, poderá definir o sucesso da humanidade frente a perigos cósmicos emergentes.
Fonte: (Live Science – Ciência)