
Brasília — InkDesign News — Uma nova análise das rotas migratórias de aves revelou que aproximadamente 262 milhões de aves estão previstas para sobrevoar os céus da América do Norte em uma única noite de outono, segundo previsão apresentada pela plataforma BirdCast, desenvolvida em colaboração com a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA). O estudo, conduzido nos Estados Unidos em 2024, monitora os fluxos massivos de aves graças a dados de radar, trazendo informações inéditas sobre migrações de curta, média e longa distância na região.
O Contexto da Pesquisa
A migração de aves é um fenômeno amplamente estudado pela comunidade científica, especialmente pela sua relação direta com a disponibilidade de recursos alimentares e condições de nidificação. Pesquisadores do Laboratório de Ornitologia de Cornell destacam que, enquanto o frio pode motivar parte das espécies a migrar, o fator decisivo costuma ser a busca por fontes de alimento e espaços propícios para reprodução. Em geral, as aves migram ao norte na primavera para aproveitar o aumento de insetos e recursos vegetais, e voam em direção ao sul no final do verão, à medida que a disponibilidade desses recursos diminui.
Resultados e Metodologia
Utilizando dados de radar fornecidos pela NOAA e previsões de padrões climáticos, a ferramenta BirdCast consegue detectar grupos massivos de aves em deslocamento durante a noite. Os maiores volumes previstos para esta temporada concentram-se no Meio-Oeste e no sudeste dos Estados Unidos. Com a integração ao banco de dados eBird, do Laboratório de Cornell, cidadãos também podem monitorar quais espécies cruzam suas regiões.
As aves foram classificadas em quatro grupos migratórios principais: residentes permanentes, migrantes de curta distância, migrantes de média distância e migrantes de longa distância. Por exemplo, enquanto cardeais e chickadees não migram, espécies como o tordo-americano realizam deslocamentos de poucos quilômetros, já o beija-flor-de-garganta-rubi pode atravessar até 8000 km em cada ciclo migratório. O maior percurso registrado globalmente é o da andorinha-do-ártico, que chega a voar 50 mil milhas, segundo dados da Audubon Society.
“A saída das aves para regiões mais favoráveis ocorre porque elas buscam acessar recursos em maior abundância.”
(“They move away from areas with lower or decreasing resources and into areas where resources are higher or increasing.”)— Laboratório de Ornitologia de Cornell
Implicações e Próximos Passos
Os mapas e dashboards de BirdCast tornaram possível prever noites de pico de migração com maior precisão, beneficiando tanto cientistas quanto ações de conservação. Recomendações práticas já surgem: minimizar o uso de luzes externas e evitar pesticidas são medidas sugeridas por especialistas para aumentar a sobrevivência das aves em trânsito.
“Simples ações, como tornar janelas mais visíveis e manter gatos dentro de casa, já ajudam a evitar acidentes durante o período de migração.”
(“Simple ways to help avians include making your windows safer… and keeping cats indoors…”)— Cornell Lab of Ornithology
A expectativa é de que novas tecnologias e o engajamento cidadão ampliem ainda mais o monitoramento populacional das aves migratórias. Segundo os pesquisadores, iniciativas como essas são fundamentais para impedir o declínio brusco de espécies e orientar políticas públicas de conservação de habitats na América do Norte e globalmente.
Fonte: (Popular Science – Ciência)