
Brasília — InkDesign News — Um novo estudo divulgado por pesquisadores internacionais evidencia que a circunferência do pescoço pode oferecer previsões relevantes sobre riscos de doenças crônicas, complementando índices já tradicionais como o IMC (índice de massa corporal) e a razão cintura-quadril. A descoberta, publicada na revista ScienceDaily, amplia o debate sobre marcadores simples e acessíveis para a saúde metabólica.
O Contexto da Pesquisa
Técnicas consagradas como IMC e medidas abdominais são rotineiramente usadas para estimar riscos cardiovasculares e metabólicos. No entanto, limitações dessas métricas — por exemplo, a dificuldade em diferenciar massa muscular de gordura em atletas — têm levado pesquisadores a explorar alternativas que identifiquem vulnerabilidades ocultas. Recentemente, a circunferência cervical passou a ser estudada como potencial marcador de distribuição de gordura corporal e seus impactos.
Resultados e Metodologia
Com base em análises populacionais de diferentes perfis, pesquisadores observaram que indivíduos com pescoço mais espesso apresentam maior propensão ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, distúrbios do sono e complicações associadas. “A circunferência do pescoço funciona como um indicativo visível da gordura visceral, o tipo de gordura mais prejudicial que se acumula ao redor dos órgãos internos”
(“neck circumference acts as a visible indicator of visceral fat, the harmful kind that accumulates around internal organs”)
— Coordenador do estudo
.
O estudo recomenda que homens com circunferência cervical igual ou superior a 43 cm (17 polegadas) e mulheres acima de 35,5 cm (14 polegadas) estejam atentos a riscos aumentados, independentemente do IMC. “Talvez o mais surpreendente seja que esses perigos não se limitam a pessoas acima do peso; até mesmo indivíduos com IMC normal podem estar em risco se excederem esses limiares”
(“Perhaps most surprising, these dangers are not limited to people who are overweight. Even individuals with a normal BMI may be at risk if their neck measurements exceed these thresholds.”)
— Pesquisador associado, Universidade participante
.
A metodologia incluiu medições padronizadas — utilizando fita métrica ao redor da parte mais fina do pescoço — e análise dos dados de saúde correlacionados a fatores como hospitalização e diagnóstico precoce de doenças.
Implicações e Próximos Passos
Além de apontar maiores chances de cardiopatias, hipertensão, arritmias como a fibrilação atrial, e incidências de apneia do sono, o artigo sugere que monitorar a circunferência cervical pode antecipar o diagnóstico dessas condições. A inclusão desse parâmetro em exames clínicos rotineiros pode ampliar a eficácia de estratégias preventivas e personalização de tratamentos.
Especialistas ressaltam que modificações no estilo de vida, como exercícios físicos regulares, alimentação balanceada e sono adequado, contribuem para a redução da circunferência cervical e podem reforçar a prevenção de doenças metabólicas. Medidas simples e de fácil execução pela população poderão integrar futuramente diretrizes globais na atenção básica à saúde.
Como desdobramento, o campo deverá se concentrar no desenvolvimento de protocolos específicos de acompanhamento, potencializando a integração entre marcadores tradicionais e novas medições corporais para um diagnóstico multidimensional mais preciso.
Fonte: (ScienceDaily – Ciência)