
Los Angeles — InkDesign News — A primeira metade de 2025 registrou o maior custo já computado em danos provocados por eventos climáticos extremos nos Estados Unidos, chegando a estimativas entre US$ 93 bilhões e US$ 126 bilhões, conforme análises de seguradoras e institutos meteorológicos. Uma combinação inédita de incêndios, tornados e enchentes foi identificada como a causa principal deste impacto econômico histórico.
O Contexto da Pesquisa
O aumento contínuo na frequência e intensidade de desastres naturais está diretamente atrelado às mudanças climáticas e ao avanço urbano sobre áreas de risco. Dados do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) mostram que, enquanto apenas três eventos ultrapassaram US$ 1 bilhão em danos nos anos 1980, somente em 2024 foram registrados 27 episódios com este custo, intensificando uma tendência que preocupa especialistas. A construção de comunidades inteiras em regiões vulneráveis, como zonas costeiras da Flórida e periferias florestais californianas, é apontada como fator multiplicador das perdas.
Resultados e Metodologia
As análises reunidas pela Gallagher Re, Munich Re e AON estimam que os prejuízos associados aos incêndios em Los Angeles, especialmente nos bairros Pacific Palisades e Eaton Canyon, variaram entre US$ 53 bilhões e US$ 65 bilhões — recorde nos EUA e no mundo. Outras avaliações, que consideram perdas indiretas e custos de realocação, elevam o impacto para até US$ 275 bilhões. Tornados e enchentes no mesmo período somam bilhões em prejuízos adicionais. O fenômeno foi agravado por fatores como os ventos de Santa Ana, vegetação seca e expansão urbana adensada.
“Enquanto continuarmos a aquecer o planeta, podemos esperar que o clima extremo se torne mais severo e frequente.”
(“As long as we continue to warm the planet, we can expect extreme weather to grow more severe and more frequent.”)— Kristina Dahl, Cientista do Clima e Vice-presidente de Ciência, Climate Central
Ao todo, a previsão é que 2025 possa se tornar o ano mais caro já registrado, caso a temporada de furacões também supremeta as médias históricas. Furacões são, segundo o NOAA, os eventos extremos com maior custo e mortalidade no território norte-americano, já tendo provocado mais de US$ 1,5 trilhão em danos desde 1980.
“Eles [furacões] vão se intensificar mais rapidamente ao atingir terra firme, e veremos maiores ressacas oceânicas afetando a infraestrutura costeira.”
(“They’re going to intensify more rapidly as they make landfall, and you’re going to see larger storm surge associated with them, which is going to affect coastal infrastructure.”)— Paul Ullrich, Professor de Modelagem Climática Regional, Universidade da Califórnia, Davis
Implicações e Próximos Passos
As evidências de que as mudanças climáticas elevam o risco, a frequência e a intensidade de fenômenos extremos são abundantes e preocupantes para a comunidade científica e autoridades. Previsões indicam que enchentes podem crescer 147% em estados como Louisiana até 2050, enquanto secas e incêndios se tornam mais destrutivos por conta de ciclos cada vez mais abruptos entre períodos úmidos e secos, além da supressão histórica de queimadas controladas.
A urbanização acelerada multiplica o chamado “efeito alvo em expansão”, elevando a quantidade de pessoas e infraestruturas vulneráveis. Mesmo com avanços em tecnologia de alerta e monitoramento, cortes recentes em agências como FEMA, NOAA e Forest Service preocupam especialistas quanto à robustez da resposta nacional a catástrofes futuras.
O cenário aponta que a década de 2020 pode se consolidar como a mais dispendiosa em danos causados por desastres naturais já registrada, e as próximas etapas devem envolver ações estruturais de adaptação urbana, fortalecimento institucional e revisão de políticas habitacionais e ambientais para mitigar riscos crescentes.
Fonte: (Live Science – Ciência)