Pesquisa alerta para impacto de decorações de Halloween na fauna

Brasilia — InkDesign News — Com a chegada da temporada de Halloween, pesquisadores e especialistas em vida selvagem alertam para os riscos que decorações populares, como teias de aranha artificiais e abóboras verdadeiras, podem representar para animais em áreas residenciais nos Estados Unidos. O debate, sustentado por estudos recentes e o testemunho de veterinários de universidades como Cornell, ganha relevância em meio à popularização do uso desses ornamentos.
O Contexto da Pesquisa
A preocupação surge em meio à crescente adoção de elementos decorativos inspirados no Halloween, que incluem teias de aranha sintéticas espalhadas por jardins, árvores e fachadas de casas. Embora promovam o clima sazonal, esses itens podem se tornar armadilhas para aves, mamíferos de pequeno porte e até mesmo animais de maior porte, como gambás, especialmente em áreas próximas a reservas naturais. A veterinária Jennifer Bloodgood, da Universidade Cornell, associa o risco desses enfeites às “mist nets”, redes utilizadas em estudos científicos que acidentalmente capturam pássaros e morcegos.
Resultados e Metodologia
Os relatos apontam que aves são os principais grupos afetados pelas teias sintéticas, mas pequenos mamíferos também encontram dificuldades ao se deparar com essas decorações próximas ao solo. Em entrevista, Bloodgood ressalta:
“Birds would definitely be the major concern,” ela afirma, referindo-se especificamente às teias artificiais. “But other potentials would be small mammals if they [the spiderwebs] are close to the ground. So, you know, little mice or voles or moles or even slightly bigger animals, potentially possums.”
(“A principal preocupação seriam as aves. Mas outros potenciais riscos atingem pequenos mamíferos caso [as teias] estejam próximas ao chão. Então, sabe, pequenos ratos, ratazanas, topeiras ou até animais um pouco maiores, como gambás.”)— Jennifer Bloodgood, veterinária de vida selvagem, Universidade Cornell
Outro ponto crítico envolve a possibilidade de ingestão acidental desses materiais, tanto pelo animal preso à decoração quanto por predadores que tentem consumi-lo. O uso de abóboras naturais como ornamento também pode atrair a fauna local, levando-a a cruzar vias movimentadas, aumentando o risco de atropelamentos.
Implicações e Próximos Passos
As recomendações apontam para a instalação das decorações o mais próximo possível das residências, minimizando a exposição aos animais silvestres. Bloodgood enfatiza a importância de evitar deixar objetos decorativos atraentes próximos a rodovias ou trilhas de fauna:
“Things that are in your yard are potentially a little bit more dangerous. […] being careful if you have wildlife like that around and avoiding putting enticing things out near roadways,”
(“Itens deixados no seu jardim podem ser potencialmente mais perigosos. […] Tenha cautela se há fauna silvestre nas proximidades e evite colocar objetos atrativos perto de estradas.”)— Jennifer Bloodgood, veterinária de vida selvagem, Universidade Cornell
A experiência da especialista inclui ainda a observação de resíduos inusitados em animais marinhos, incluindo balões, durante sua atuação no Alabama, sugerindo que materiais artificiais tendem a representar um perigo recorrente à fauna, independentemente do ambiente.
A discussão reforça a necessidade de conscientização por parte dos moradores de regiões permeadas por vida selvagem, recomendando alternativas menos nocivas e ajustes nos hábitos decorativos durante datas comemorativas. Novas pesquisas podem aprofundar o entendimento sobre o impacto dos materiais sazonais e provocar mudanças em regulamentações municipais e estaduais de ornamentação.
Fonte: (Popular Science – Ciência)