
Brasília — InkDesign News — A Polícia Federal iniciou uma etapa de perícia grafotécnica para analisar as assinaturas de aposentados que supostamente teriam se associado a entidades com contratos junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A investigação busca identificar possíveis fraudes, autoridades envolvidas e o impacto financeiro decorrente dessas ações.
Contexto político
O caso surge em um momento de crise sobre fraudes no INSS, que motivou investigações aprofundadas sobre a autenticidade de documentos apresentados. A grafoscopia — técnica que permite comparar assinaturas e manuscritos para confirmar sua autoria — está sendo utilizada pelos peritos criminais federais do Instituto Nacional de Criminalística. Eles também examinam documentos apreendidos no INSS em Brasília e nas empresas que realizavam os descontos das mensalidades dos beneficiários.
Além das análises manuscritas, cerca de 200 celulares foram apreendidos com autorização judicial para a busca de indícios digitais, como chamadas e mensagens, que podem esclarecer o método da fraude e os envolvidos. O trabalho inclui a perícia em discos rígidos confiscados com ex-presidentes do INSS, como Alessandro Stefanutto, cujos equipamentos e documentos apreendidos recentemente também fazem parte das apurações.
Reações e debates
A Polícia Federal quer determinar “se as assinaturas foram falsificadas, quem falsificou e quando”, o que permitirá mensurar o número de pessoas lesadas. Segundo especialistas ouvidos, “se as assinaturas foram fraudadas, é possível atestar até mesmo como foi a fraude.”
“se as assinaturas foram fraudadas, é possível atestar até mesmo como foi a fraude”
— Peritos criminais federais
O trabalho se aprofunda também nas anotações manuscritas encontradas em posse de Stefanutto, dentre elas uma referência a “agradecer o CNPS” ao lado de um número elevado, R$ 150.000.000, cujo significado ainda está sendo investigado.
Desdobramentos e desafios
As próximas fases do inquérito deverão apresentar relatórios detalhados da perícia grafotécnica, com base nos exames digitais e físicos, e indicar eventuais indiciamentos. A extensão do prejuízo e a ramificação dos envolvidos são desafios para a Polícia Federal e para o sistema previdenciário, especialmente enquanto o INSS busca retomar a confiança de seus beneficiários.
O avanço da investigação também acende debates sobre a necessidade de mecanismos mais robustos na autenticação de documentos e no controle das associações para evitar que esquemas semelhantes voltem a ocorrer. A análise das provas obtidas poderá influenciar futuras políticas públicas voltadas à transparência e segurança nas operações do INSS.
Ao lado dos impactos administrativos e legais, a ação da Polícia Federal sinaliza um movimento intenso para o combate a fraudes previdenciárias de grande monta, reforçando a centralidade da perícia científica e do controle judicial em temas delicados de integridade pública.
Fonte: (CNN Brasil – Política)