
São Paulo — InkDesign News — O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, afirmou nesta quinta-feira (8), durante a abertura da feira promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em São Paulo, que “movimento que não faz pressão é pelego”. A declaração ocorre em meio a críticas sobre sua atuação na reforma agrária, pauta central para o governo Lula.
Contexto político
A reforma agrária tem sido uma questão histórica no Brasil, marcada por tensões entre movimentos sociais e governos ao longo das últimas décadas. O atual governo, liderado pelo presidente Lula (PT), tem buscado retomar essa agenda, que enfrentou períodos de estagnação nas gestões anteriores. Paulo Teixeira assumiu o ministério com a missão de ativar as políticas voltadas ao campo e à agricultura familiar, um setor estratégico para o desenvolvimento rural e a segurança alimentar do país. Nos últimos meses, o movimento pró-reforma agrária aumentou as cobranças ao ministério, alegando morosidade na execução das políticas prometidas.
Reações e debates
Durante o evento, o ministro reforçou a importância da mobilização social para que os direitos dos trabalhadores rurais sejam efetivados. Ao responder às críticas, disse:
“Eu quero dizer para vocês: movimento que não faz pressão é pelego! A função do movimento é lutar pelos direitos de todos que lutam por reforma agrária e é por isso que eu nunca encarei as críticas e a pressão no plano pessoal. A crítica e a pressão são necessárias em um Estado que sempre fez para o grande e sempre abandonou o pequeno”
— Paulo Teixeira, Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar
Essa defesa da pressão social como instrumento legítimo de reivindicação configura uma leitura realista das relações entre poder público e movimentos sociais no país. Além disso, o ministro destacou que o governo está acelerando os processos e já cumpriu “metade da meta para o ano” na pauta da reforma agrária, inclusive associando a política à garantia de crédito, assistência técnica e apoio a cooperativas.
Desdobramentos e desafios
A reforma agrária sob o governo Lula enfrenta desafios tanto no âmbito político quanto estrutural. A pressão dos movimentos sociais deve continuar a ser um elemento crucial para que avanços concretos sejam implementados. A adesão do governo ao tema sinaliza uma retomada de políticas de assentamento e apoio às famílias rurais, mas a complexidade histórica da questão implica obstáculos legislativos e operacionais. O ministério deverá articular com outros setores do governo e com o Congresso Nacional para solidificar as metas previstas e ampliar o impacto social das medidas.
“Nós não queremos uma morte no campo. Nós queremos famílias assentadas com terra, crédito, assistência técnica, compras públicas e apoio às cooperativas”
— Paulo Teixeira, Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar
O futuro da reforma agrária passa, portanto, pela conjugação de ações governamentais e mobilização social, em um cenário onde a pauta agrária recupera espaço no debate político nacional.
Fonte: (CNN Brasil – Política)