
Rio de Janeiro — InkDesign News — Um desentendimento público entre o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e o PT em torno da pauta da segurança pública reverberou nas manifestações políticas referentes às eleições estaduais de 2026. O episódio ocorreu em meio ao adiamento da votação na Câmara de Vereadores que regulamenta o uso de armas pela guarda municipal.
Contexto político
Eduardo Paes, em seu segundo mandato consecutivo no Rio de Janeiro, é cotado para disputar o governo do estado em 2026, com expectativa de manter o PT em sua coligação eleitoral. A tensão surgiu após o projeto que prevê a autorização do armamento para a guarda municipal ser adiado na Câmara Municipal devido a uma emenda proposta pela bancada do PL, que contou com apoio de dois dos quatro vereadores petistas: Leonel de Esquerda e Maíra do MST. O PT mantém uma posição histórica contrária ao armamento da guarda municipal, provocando atritos dentro da coalizão que cerca a gestão atual.
Reações e debates
Na noite de 22 de novembro, Paes criticou a “bancada Castro/Bacellar”, composta por aliados do governador Claudio Castro (PL) e do presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), por se unirem ao PT e outros partidos para barrar a proposta. Paes afirmou:
“Não atrapalha em nada porque a nossa maioria é ampla. Só adia um pouco. Mas que é engraçado, isso é!”
— Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro
O deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), aliado de Paes, reiterou o apoio à proposta, ressaltando a centralidade do tema para a gestão municipal e o alinhamento estratégico com o governo federal, apesar de divergências pontuais com o governo Lula (PT):
“Agora é a hora de tirar as crianças da sala, riscar o chão”
— Pedro Paulo, deputado federal (PSD-RJ)
Washington Quaquá, vice-presidente do PT e eleitor do Rio, respondeu às manifestações e fez referência à disputa eleitoral estadual, advertindo sobre as dificuldades do pleito e manifestando o desejo do PT de compor a vice na chapa de Paes em 2026:
“É bom meu amigo Pedro Paulo diminuir sua arrogância porque essa eleição para governador não será fácil para ninguém”
— Washington Quaquá, vice-presidente do PT
Embora o PT tenha desejado uma participação na vice de Paes já em 2024, o prefeito escolheu Eduardo Cavalieri, do PSD, como vice, mantendo a continuidade do grupo no comando da cidade.
Desdobramentos e desafios
O adiamento da votação sobre o armamento da guarda municipal reflete divergências internas na coligação governista, expondo desafios para a governabilidade local e para a articulação eleitoral de 2026. A posição do PT contrária à armamento, mesmo integrando uma coalizão que apoia o prefeito, evidencia tensões que poderão influenciar negociações futuras e a coesão do bloco político.
Além disso, o papel do governador Claudio Castro e do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, ambos cotados para disputar posições de destaque na eleição de 2026, evidencia o complexidade da composição política no estado. A necessidade de conciliar interesses partidários e estratégicos será determinante para o sucesso da coligação no próximo pleito.
O impacto dessa conjuntura na segurança pública e no ambiente político do Rio de Janeiro deverá ser acompanhado de perto pelos observadores, dada a relevância do tema e seu potencial efeito nas eleições estaduais e municipais.
Fonte: (CNN Brasil – Política)